“O papel da banca é apoiar os clientes na subida das taxas de juro”, sublinha Paulo Moita de Macedo

Paulo Moita de Macedo, Presidente da Comissão Executiva e Vice-Presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos, desenhou o caminho para onde queremos ir, e definiu o rumo que as empresas, instituições e economia portuguesa deve seguir.

Durante a XXV Conferência Executive Digest, que decorre esta quarta-feira na Culturgest, em Lisboa, sublinhou o cenário de alta inflacionista, e afirmou que “queremos voltar a ter uma inflação mais ou menos normal, para termos uma taxa de juro mais ou menos normal”.

Então, e para onde queremos ir? A esta questão, Paulo Moita de Macedo afirmou que queremos todos um crescimento económico, no entanto, temos um crescimento económico anémico.

Para conseguirmos seguir um caminho de crescimento económico, a qualidade das instituições é fundamental. “Não é indiferentes sabermos se temos empresas, universidades e instituições de qualidade no país”, referiu, acrescentando que quando comparamos a qualidade das instituições entre os países europeus, Portugal está no cima da tabela, no entanto, temos um controlo à corrupção dos mais baixos da Europa.

Para além disso, assinalou que “queremos voltar a ter uma inflação mais ou menos normal, para termos uma taxa de juro mais ou menos normal”.

“Temos o desígnio que as taxas baixem, mas também que não voltem a valores negativos”, assinalou Paulo Moita de Macedo.

 

Acelerar o crescimento

Paulo Moita de Macedo apoiou-se nas ideias de Vitor Constâncio, ex-Governador do Banco de Portugal, e sublinhou que para um país se poder desenvolver devemos acelerar a convergência do nível educativo, maximizar o aproveitamento dos nossos recursos naturais, apoiar as empresas a melhorar os seus índices de digitalização e uso da Inteligência Artificial, atrair mais investimento estrangeiro de conteúdo tenológico, melhorar a qualidade da Administração Pública e do sistema judicial, manter a coesão social através de uma adequada redistribuição do rendimentos, níveis de serviços de saúde de qualidade, e sustentabilidade.

“Para isso, é necessário o Estado fazer as opções certas”, considera o executivo.

Em termos de rumos, há uma questão fundamental que é a sustentabilidade, sendo que as organizações devem dar o seu contributo neste âmbito. Para além disso, considera que, para responder aos problemas ambientais críticos, provocados pelo rápido crescimento da economia mundial, é necessário investimento sustentável no mar, gerador de benefícios económicos, sociais e ambientais, superiores aos custos totais.

Paulo Moita de Macedo sublinhou ainda que o investimento em digital e analítica das empresas portuguesas está muito aquém dos congéneres europeus. Este é um dos rumos, mas precisa de ser reforçado ao nível de investimento.

Outro ponto essencial como rumo para o crescimento é a questão de Governance. O executivo considera que este ponto é fundamental para as empresas criarem valor, saberem o que vendem e onde fazem dinheiro, no entanto, a governance passa em primeiro lugar pelas pessoas, pela arquitetura, pelas estruturas e processos e pelas dinâmicas.

 

Qual o rumo

Paulo Moita de Macedo assinalou em primeiro lugar que o rumo passa pelo combate à fraude e corrupção, através da criação de uma área de Compliance na esfera da Administração Pública; Constituição, na Autoridade Tributária e na Segurança Social, de áreas de IA e Machine Learning; Melhoria do processo, a cargo da CReSAP, de recrutamento e seleção de candidatos para a Administração Pública; entre outros.

Para conseguirmos melhorar o rumo de Portugal, é também fundamental o contributo das grandes empresas, que exportam mais, pagam melhor, geram mais emprego e fazem mais investimentos.

Para além disso, o executivo sublinhou que “os gestores deviam preocupar-se mais com os inputs, porque os outputs consigo medir ao longo do tempo, mas os inputs podem ser medidos no imediato.”

E a banca tem um papel fundamental para definir o rumo do país. A banca tem o papel de apoiar a transição energética, desenvolver o digital, apoiar o investimento em instalação de captação e sequestro de carbono, na obtenção de combustíveis mais limpos e fontes de eletricidade não poluentes, entre outros.

Paulo Moita de Macedo sublinhou ainda que “o papel da banca é apoiar os clientes na subida das taxas de juro”.

Mas o crescimento não se faz sem uma boa liderança. Para o executivo, um líder devia ter 3 características, audácia, capacidade de aprendizagem e ter impacto.

 

 

A XXV Conferência Executive Digest juntou no palco da Culturgest, em Lisboa, Presidentes, CEOs e gestores de topo do tecido empresarial nacional para debater o tema “Portugal | Onde Estamos? Para onde queremos ir? Um rumo, um desígnio”.

O evento conta com o apoio da Altice, Caixa Geral de Depósitos, Delta Q, EDP, Fidelidade, MC/Sonae, Randstad, Recordati (Jaba), Unilever, e ainda com a parceria com a Neurónio Criativo e o Sapo, bem como da Sociedade Ponto Verde como “Parceiro de Sustentabilidade”.

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