O mundo está a ficar sem cobre. Cenário não está animador para a economia mundial

O mercado do cobre está em alta, com os preços a atingirem níveis recorde nos últimos 14 meses. O aumento é impulsionado por preocupações crescentes sobre a escassez do metal nos mercados mundiais.

Como é típico nesse setor, o mercado do cobre está sujeito a ciclos de expansão e queda, e o momento atual parece estar inclinado para uma escalada de preços.

A Bloomberg alertou sobre os indícios de uma iminente escassez de cobre já no final de dezembro de 2023. Desde então, o mercado tem testemunhado uma mudança drástica, com a oferta a diminuir rapidamente devido ao fecho de importantes projetos de mineração.

Segundo a BCA Research, as fundições de cobre na China estão a enfrentar dificuldades para encontrar minério suficiente para dar resposta à crescente procura por cobre refinado, resultando numa possível redução na produção refinada de até 10% este ano.

Os preços do cobre dispararam para 9.384 dólares (8.685 euros) por tonelada, atingindo os níveis mais altos em quase dois anos, de acordo com a London Metal Exchange (LME). Esses aumentos são impulsionados pela redução no lucro da refinação do metal, devido ao excesso de capacidade nas fundições chinesas e às interrupções no fornecimento global de minério.

Apesar da procura não estar excecionalmente forte, a recuperação surpreendente da indústria e a resiliência da economia global estão a manter o consumo de cobre num patamar melhor do que o inicialmente esperado. No entanto, o principal impulsionador dos preços continua a ser a oferta.

O fecho da mina cobre Panama da First Quantum no Panamá, devido a protestos ambientais e decisões judiciais, tem impactado a oferta global. Além disso, os principais produtores de cobre, incluindo Antofagasta, Anglo American e Vale, reduziram as previsões de produção para 2024.

Tudo isso contribui para um cenário de oferta limitada, com expectativas de um déficit físico de cobre refinado de 370.000 toneladas métricas este ano, de acordo com especialistas da BCA Research.

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