“O G7 foi um fiasco, não passou de uma cimeira da selfie”, criticam especialistas

A reunião de três dias entre os líderes das sete nações mais ricas do mundo não foi nada menos “do que um fiasco”, de acordo com alguns economistas, que argumentam que o grupo ficou aquém dos seus próprios padrões e das necessidades que se fazem sentir em todo o globo, quer económicas, quer na área da saúde pública.

“Os líderes do G7 não conseguiram enfrentar os desafios que estão a preocupar o mundo”, comentou Nick Dearden, diretor do grupo Global Justice Now. “Depois de um fim de semana recheado de diplomacia, tudo o que estes líderes fizeram foi repetir as suas próprias metas climáticas, completamente inadequadas, sem um objetivo claro para acelerar a vacinação a nível global”.

“Este G7 tem sido um exercício inútil de grandiosidade sem  progressos substantivos para enfrentar as crises que estão a assolar o globo. Esta cimeira prova, sem qualquer dúvida, que o G7 não é adequado para o propósito que pretende servir”, conclui Dearden.

O grupo dos sete gigantes mundiais é composto pelo Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos. A UE, Austrália, Índia e Coreia do Sul também foram convidados este ano para a reunião.

Numa nota enviada esta segunda-feira à imprensa internacional, Paul Donovan, economista-chefe da UBS Global Wealth Management, referiu-se ao G7 como a “cimeira da selfie”. Em declarações à CNBC, Donovan foi claro: “Não houve uma declaração direta sobre o futuro, porque há demasiadas feridas nas relações entre os vários países”.

“As fissuras podem não ter sido tão profundas nos últimos meses dentro do G7, dado que houve uma mudança na política externa da Casa Branca, com a entrada de Joe Biden, mas mantêm-se ainda bastante vivas, ao ponto de serem um obstáculo para as negociações.

O encontro ficou marcado pelas declarações do presidente norte-americano de apelo à união, contra o crescimento comercial da China. Pequim não gostou do discurso e retaliou, afirmando que “acabaram as decisões ditadas por um pequeno grupo de países”.

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