“O espírito de resistência será fortalecido”: Missão do Irão na ONU deixa aviso após morte do líder do Hamas

A Missão do Irão nas Nações Unidas reagiu de forma desafiante à morte de Yahya Sinwar, comandante do Hamas e um dos mentores do massacre de 7 de outubro em Israel, afirmando que “o espírito de resistência será fortalecido”. A declaração foi feita através de uma publicação na conta oficial da missão na plataforma X (antiga Twitter).

Sinwar, apontado como uma figura central no Hamas, foi abatido pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) durante uma operação em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. De acordo com o exército israelita, na quinta-feira, as tropas identificaram combatentes do Hamas num edifício em Rafah e houve troca de tiros. Um tanque israelita foi chamado a intervir, atingindo o edifício. Imagens de drone divulgadas posteriormente mostram um homem ferido, mais tarde identificado como Yahya Sinwar, sentado numa sala no rés-do-chão do edifício danificado. A identificação foi confirmada pela polícia israelita através de testes de ADN.

Nas imagens, é possível ver Sinwar a fazer um gesto final, lançando um objeto na direção do drone antes de ser abatido. O corpo do comandante foi retirado em uma maca.

Para o Irão, a morte de Sinwar representa um símbolo de resistência. “Quando os muçulmanos olharem para o Mártir Sinwar em campo de batalha – em trajes de combate e ao ar livre, e não escondido, enfrentando o inimigo – o espírito de resistência será fortalecido”, afirmou a Missão do Irão nas Nações Unidas.

A morte de Sinwar foi celebrada como uma vitória significativa por Israel. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou o evento como um “ajuste de contas”, referindo-se ao ataque devastador do Hamas de 7 de outubro de 2023, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e 250 foram sequestradas em Israel. Netanyahu declarou: “Hamas já não governará Gaza. Este é o início do dia após o Hamas”.

O governo israelita acredita que a eliminação de Sinwar pode ser um ponto de viragem na sua campanha para desmantelar o Hamas. Israel tem instado o grupo a render-se e a libertar os cerca de 100 reféns que ainda permanecem em Gaza.

Esperança de um cessar-fogo

Nos Estados Unidos, autoridades manifestaram esperanças de que a morte de Sinwar possa abrir caminho para um cessar-fogo e negociações políticas. O Presidente Joe Biden declarou que a morte de Sinwar pode proporcionar “um acordo político que ofereça um futuro melhor tanto para israelitas quanto para palestinianos”. Biden também disse que planeava falar com Netanyahu “para discutir o caminho para trazer os reféns de volta para as suas famílias e acabar com esta guerra de uma vez por todas”.

Desde o massacre de 7 de outubro, Israel tem levado a cabo uma operação militar em Gaza que, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, resultou na morte de 42.000 pessoas no último ano. Além disso, desde o início de outubro deste ano, Israel também iniciou uma operação terrestre no Líbano, com ataques aéreos no sul do país e na capital, Beirute. De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, 2.400 pessoas foram mortas no Líbano durante este período, e mais de um milhão de pessoas foram deslocadas, segundo a Cruz Vermelha.

Através de um comunicado na plataforma X, as Forças de Defesa de Israel informaram a neutralização de dois militantes que, segundo as autoridades, tentavam atravessar a fronteira da Jordânia para o território israelita. “As forças da IDF identificaram há pouco tempo um número de terroristas que tinham cruzado da Jordânia para o território do país, a sul do Mar Morto”, informou o exército israelita.

“As forças da IDF foram enviadas ao local e neutralizaram dois terroristas que abriram fogo contra a força. As forças da IDF estão a fazer buscas na área”, conclui o comunicado.

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