“O BCE manterá, por enquanto, os cortes trimestrais, sendo o próximo apenas em dezembro”, considera analista da Ebury

O euro registou uma ligeira subida hoje na sequência da descida das taxas de juro pelo BCE, tal como esperado, mas deu a entender aos mercados que um novo corte em outubro é improvável. A Presidente Lagarde voltou a alertar para as perspetivas de crescimento da zona euro, embora também tenha dado a entender que o banco está cada vez mais atento aos riscos de inflação. As previsões relativas à inflação subjacente para este ano e para o próximo foram revistas em alta, tendo Lagarde afirmado que os progressos registados a nível dos preços subjacentes ao consumo não foram satisfatórios. Salientou igualmente o curto espaço de tempo que decorre até à reunião de outubro, o que, na nossa opinião, constitui de facto uma confissão de que cortes sucessivos não fazem atualmente parte do cenário base do BCE.

As comunicações de hoje são consistentes com a nossa visão de que o BCE manterá, por enquanto, os cortes trimestrais, sendo o próximo apenas em dezembro. Embora as perspetivas de crescimento a curto prazo tenham piorado, a prioridade continua a ser a luta contra a inflação, que claramente ainda não foi ganha. A probabilidade de um ritmo gradual de cortes do BCE poderá proporcionar uma nova subida do euro, em especial se a Fed apresentar um ciclo de flexibilização agressivo nos próximos meses.

Matthew Ryan
Analista da Ebury