Número de mortos nos ataques ao consulado iraniano na Síria sobe para 13

O número de mortos nos ataques atribuídos a Israel que destruíram segunda-feira o consulado iraniano em Damasco subiu para 13, incluindo sete membros da Guarda Revolucionária Iraniana, indicou hoje a televisão estatal de Teerão.

“No ataque levado a cabo pelo regime sionista contra o consulado da embaixada iraniana na capital síria, foram mortos sete iranianos e seis sírios”, afirmou a estação de televisão.

Um balanço anterior, mas elaborado pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), uma organização não-governamental com sede no Reino Unido, e que conta com uma vasta rede de informadores no país, indicou que o ataque provocou 11 mortes – oito iranianos, dois sírios e um libanês.

“O inimigo israelita lançou ataques aéreos a partir do Golã sírio ocupado, visando o consulado iraniano em Damasco”, disse o Ministério da Defesa da Síria.

O Corpo dos Guardas da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica do Irão, anunciou que sete dos seus membros tinham sido mortos.

Entre eles, Mohammad Reza Zahedi e Mohammad Hadi Haji Rahimi, dois comandantes da Força Qods, a unidade de elite dos Guardiães que atua no estrangeiro.

Segundo o OSDH, o general Zahedi era o “comandante da Força Qods para a Síria, o Líbano e a Palestina”. Na terça-feira, o Hezbollah libanês anunciou a morte de um dos seus membros, morto, segundo uma fonte próxima do partido, no ataque a Damasco.

Os socorristas retiraram dos escombros o corpo de uma mulher na casa dos 50 anos, disse à AFP uma fonte da proteção civil.

Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amir-Abdollahian, adiantou ter convocado o encarregado de negócios da Suíça em Teerão, que representa os interesses dos Estados Unidos no país.

“Uma mensagem importante foi enviada ao governo norte-americano, uma vez que apoia a entidade sionista [expressão usada para Israel]. A América deve assumir as suas responsabilidades”, sublinhou o ministro, citado pela agência de notícias iraniana Irna, apelando ainda “à comunidade internacional” para que dê “uma resposta séria” aos ataques israelitas.

O Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se hoje para discutir o ataque, disse o embaixador da Rússia junto das Nações Unidas, Dmitry Polyansky, pedido já aceite, escreveu o diplomata na rede social X.

Questionado na noite de segunda-feira sobre o ataque durante uma conferência de imprensa, o porta-voz do exército de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, respondeu que “não comenta informações da imprensa estrangeira”.

A ação indicia uma escalada das ofensivas de Israel contra oficiais militares iranianos e aliados na Síria, que já se tinham intensificado depois do ataque de 07 de outubro em solo israelita do movimento islamita palestiniano Hamas.

Os confrontos também aumentaram desde então entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, também apoiado por Teerão, ao longo da fronteira norte de Israel com o Líbano.

A ofensiva de Israel começou depois de 07 de outubro, quando comandos do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram perto de 250 reféns numa série de ataques em território israelita.

A campanha militar israelita na Faixa de Gaza já causou a morte de mais de 32.800 palestinianos e mais de 75 mil ficaram feridos, de acordo com o Hamas.

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