Novo sismo em Lisboa semelhante ao de 1755 custaria 50 mil milhões de euros
Se Lisboa voltasse a sofrer um sismo semelhante ao ocorrido a 1 de novembro de 1975 teria perdas materiais avaliadas em perto de 50 mil milhões de euros, o que equivale a um quinto do PIB nacional, indicou esta quarta-feira o ‘Diário de Notícias’.
De acordo com dados da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), com base num estudo da resseguradora internacional Swiss Re, “apenas 19% das habitações têm uma cobertura de risco sísmico neste momento em Portugal”, sendo que em Lisboa esse número sobe para 26%, “talvez por maior consciência de que é uma zona sísmica por natureza”, apontou a associação. Já no território nacional, “47% das habitações não têm qualquer seguro e, na parcela remanescente, 34% têm seguro de incêndio ou multirriscos, mas sem cobertura de risco sísmico”, denunciou a APS.
“Portugal não tem qualquer sistema global de proteção de riscos de natureza catastrófica, pelo que a reparação dos danos sofridos, pelas pessoas e pelo património, provocados por um sismo desta dimensão, em Portugal, ficaria dependente dos seguros que cada um tivesse contratado”, explicou a associação, salientando que ficaria muito aquém do valor referido, pelo que o “restante” teria de chegar via “ajuda estatal que viesse a ser definida, o que dificultaria, certamente, a gestão dos danos sofridos”. Tudo o resto que não fosse assumido pelo Governo ou pelos seguros, seria da responsabilidade das vítimas e proprietários afetados.
Recorde-se que a Câmara Municipal de Lisboa apresentou, no passado dia 30, um plano antissísmico, no qual apresentou 86 pontos oficiais de encontro para onde os cidadãos devem ir imediatamente em caso de catástrofes e uma plataforma ‘online’ com os passos preventivos que devem seguir para se proteger.
Além dos pontos de encontro e da plataforma LXResist, os lisboetas podem também receber SMS da proteção civil municipal, específicos para alertas na capital, para o que precisam de inscrever-se através do envio do texto AVISOSLX para o número 927944000.
Os 86 pontos de encontro oficiais, em conjunto, têm capacidade para acolher mais de 600 mil pessoas e estão disponíveis em todas as freguesias, depois de identificados numa análise de risco da proteção civil municipal.
Os pontos de encontro podem ser consultados aqui.
É para o ponto mais próximo da habitação ou do trabalho que todas as pessoas se devem deslocar em caso de catástrofe que signifiquem que ficar em casa ou dentro de um edifício não seja seguro, como um sismo, tsunami, cheias ou incêndio.
A Plataforma LxReSist já está operacional e contém informações que os cidadãos podem consultar para se prepararem para uma eventual catástrofe.
A LxReSist ajudará a encontrar soluções para mitigar o impacto de um sismo consoante os tipos de edifícios comuns em Lisboa e ensinará como proteger a casa e o recheio (fixando os móveis na parede, por exemplo), como agir em caso de sismo, como fazer um plano de “fuga” com a família e como preparar um ‘kit’ de emergência, que deve estar previamente feito.