Novo Hospital de Lisboa Oriental é “um escândalo” a nível de engenharia, alertam académicos

O novo Hospital de Lisboa Oriental é “um escândalo” em termos de engenharia, garantiram 14 académicos do Instituto Superior Técnico, da Universidade de Aveiro, de Coimbra, da Nova/Lisboa, do Porto e Instituto Politécnico de Setúbal, que escreveram aos juízes do Tribunal de Contas a pedir a recusa de visto ao contrato celebrado entre Ministério da Saúde e Mota-Engil.

“O objetivo é impedir um erro que pode ter consequências gravíssimas”, apontaram os especialistas, de acordo com a ‘TVI’, que denunciaram um “erro histórico” no projeto, que não contempla um isolamento contra sismos.

“Caso um sismo de grande intensidade venha a ocorrer no período de funcionamento do Hospital de Lisboa Oriental, ele não poderá assistir as vítimas da catástrofe e terá de interromper tratamentos aos seus próprios doentes”, escreveram os professores, garantindo que o projeto viola as melhores práticas internacionais de engenharia – salientaram ainda ser irracional do ponto de vista económico e uma ameaça aos doentes. “Isso provocará muitas mortes evitáveis e aumentará numa proporção dantesca a necessidade de evacuação de pessoas.”

Com um investimento estimado de 380 milhões de euros, o Hospital de Lisboa Oriental, que terá um total de 875 camas, vai ser construído na zona de Marvila e permitir substituir seis unidades de saúde dispersas no centro da cidade de Lisboa: hospitais de São José, Santa Marta, Santo António dos Capuchos, D. Estefânia, Curry Cabral e a maternidade Alfredo da Costa.