Nova tecnologia de IA permite ‘cortar’ tempo de espera para tratamentos de radioterapia em doentes com cancro

Uma nova tecnologia, com base em Inteligência Artificial (AI), permite cortar o tempo que os pacientes com cancro têm de esperar antes de começarem os tratamentos de radioterapia. A inovação já está disponível no NHS (SNS inglês) ao preço de custo.

Esta novidade permite que os médicos calculem onde concentrar os feixes de radiação, de forma a matar as células cancerosas e, ao mesmo tempo, poupar tantas células saudáveis quanto possível.

O programa estava a ser desenvolvido há uma década, por investigadores do Hospital Addenbrooke, que treinaram o programa de IA com recurso ao sistema operativo Microsoft.

Para cada doente com cancro, os médicos podem levar até 2 horas a analisar dezenas ou centenas de ‘scans’ e imagens do corpo do paciente, de forma a ‘contornar’ os órgãos e ossos. O programa de IA consegue concluir este processo duas vezes e meia mais rápido do que os especialistas.

Por exemplo, a tratar um cancro na próstata, os médicos querem evitar causar danos na bexiga ou no reto, e por isso pretendem desenhar uma forma de os feixes de radiação não atingirem os outros órgãos ou tecidos.

O programa em causa, o ‘InnerEye’ foi treinado recorrendo a imagens de pacientes anteriores dos investigadores e médicos envolvidos. A equipa que desenvolveu o projeto foi liderada pelo Dr. Raj Jena.

O projeto foi financiado pelo Laboratório de Inteligência Artificial do NHS e agora foi entregue a um fabricante, que aceitou que os hospitais públicos e outras valências do NHS possam utilizá-lo a preço de custo, de acordo com a BBC.

Segundo os investigadores, a tecnologia tem uma eficácia de 90% e, em dois terços dos casos, não é sequer necessário que os médicos façam correções ao trabalho feito pelo programa. No entanto, os clínicos continuam a verificar as imagens produzidas.

“Os nossos colegas que têm usado a ferramenta preferem começar com o trabalho já feito por IA do que o mesmo trabalho feito por outros colegas”, ilustra Jena.

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