Nova lei permite semana de trabalho de 6 dias na Grécia (e os trabalhadores não podem recusar)

Numa altura em que se discute e testam as vantagens da semana de trabalho de quatro dias, a Grécia inverte o cenário e vê aprovada uma nova lei que pode prolongar a jornada para 6 dias semanais.

Com o objetivo de enfrentar uma crónica escassez de trabalhadores em setores chave da economia, a Grécia está a implementar uma nova legislação que permite aos empregadores estender a semana de trabalho para seis dias, revela o ‘Deutsche Welle’.

A medida, que entra hoje em vigor, afeta indústrias que vão desde a construção até o turismo, excluindo apenas o setor hoteleiro, onde a semana de trabalho de cinco dias foi abolida no ano passado.

A nova lei foi introduzida pelo governo conservador do Primeiro-Ministro Kyriakos Mitsotakis como resposta à falta de mão de obra qualificada no mercado grego. Sob esta legislação, os empregadores podem exigir que os funcionários trabalhem um sexto dia, oferecendo um complemento salarial de 40% pelo trabalho adicional.

Antes mesmo da implementação desta lei controversa, os trabalhadores gregos já lideravam a Europa em horas trabalhadas, com uma média de 41 horas por semana, de acordo com o Eurostat. Em contrapartida, os salários permanecem baixos em comparação com os padrões europeus, com um salário mínimo mensal de 830 euros.

Enquanto a Grécia enfrenta uma crise contínua de migração de trabalhadores e um aumento no número de gregos a procurarem emprego no exterior, muitos trabalhadores locais encontram-se em condições precárias, particularmente nos setores turístico e industrial.

O governo defende que a medida é necessária para manter a competitividade económica e lidar com a escassez de mão de obra, especialmente em regiões turísticas populares como Mykonos e Santorini, onde as condições de trabalho são frequentemente comparadas à escravidão moderna.

 

 

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