Nem para si nem para a família. Musk recusa-se a receber vacina contra a Covid-19
O bilionário Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, afirmou que nem ele nem a sua família vão receber uma vacina contra a covid-19 assim que estiver disponível. Ao podcast “Sway”, do The New York Times, o empresário explicou que não o fará porque considera que ele e os seus filhos não correm o risco de contrair o novo coronavírus.
Também foi abordada a questão dos confinamentos impostos no início do ano para mitigar a propagação da Covid-19, aos quais Elon Musk se opõe, porque, em seu entender, não “servem o bem maior”. “Essencialmente, a coisa certa a fazer seria não ter imposto um confinamento para todo o país, mas sim ter colocado as pessoas em risco em quarentena até a ‘tempestade’ passar”, acrescentou.
Esta posição, apesar de polémica, não é inédita no discurso de Musk. Já em julho passado, numa ao The New York Times, minimizava os riscos de infeção para crianças e jovens, apesar de existirem provas de que os mais novos também podem ficar gravemente doentes, e até morrerem, embora não estejam entre os grupos considerados mais vulneráveis ou de risco.
Elon Musk também ignorou os dados que mostram que uma parte significativa das pessoas infetadas com o vírus nunca apresenta sintomas.
Apesar do grave impacto económico, vários estudos apontam para o facto de as ordens de confinamento terem evitado milhares de mortes e, se tivessem sido decretadas mais cedo, poderiam ter evitado ainda mais óbitos por Covid-19.
A apreensão de Musk em receber uma vacina contra o novo coronavírus espelha, na verdade, o sentimento de um número crescente de americanos.
De entre vários estudos, uma recente sondagem da Ipsos MORI revelou que 33% dos inquiridos nos Estados Unidos afirmaram que não vão receber uma vacina assim que estiver disponível, argumentando com as preocupações sobre os eventuais efeitos secundários.