NATO reúne-se de “emergência” esta quarta-feira para discutir situação na Polónia
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, vai realizar uma “reunião de emergência” com os embaixadores da Aliança Atlântica esta quarta-feira sobre a explosão que matou duas pessoas na Polónia, disse hoje um porta-voz.
“O secretário-geral vai presidir uma reunião de emergência dos embaixadores da NATO [quarta-feira] para discutir este trágico incidente”, disse a porta-voz do organismo, Oana Lungescu.
Segundo a agência Reuters, que cita diplomatas europeus, os embaixadores vão reunir-se a pedido da Polónia, que está a considerar ativar o Artigo 4.º.
O Artigo 4.º do Tratado do Atlântico Norte diz o seguinte: “As Partes consultar-se-ão sempre que, na opinião de qualquer delas, estiver ameaçada a integridade territorial, a independência política ou a segurança de uma das Partes.”
Um alto funcionário dos serviços de informações dos Estados Unidos disse ontem que mísseis russos caíram na Polónia, país membro da NATO, incidente que causou a morte a duas pessoas.
O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, convocou com urgência a Comissão de Segurança Nacional da Polónia após estes relatos, mas o porta-voz do Governo exortou os meios de comunicação a não publicarem “informações não confirmadas”.
De acordo com órgãos de comunicação polacos, duas pessoas morreram ontem à tarde, depois de um projétil ter atingido uma zona agrícola em Przewodów, uma vila polaca perto da fronteira com a Ucrânia.
A polícia e o Exército estiveram presentes no local, segundo os ‘media’, que noticiaram também que os bombeiros confirmaram a ocorrência de explosões naquela localidade, noticiou a agência Efe.
De acordo com a Força Aérea ucraniana, a Rússia disparou sobre as infraestruturas de produção de energia elétrica de várias regiões ucranianas “cerca de” 100 mísseis, causando cortes de eletricidade, além de ter atingido igualmente zonas residenciais e feito pelo menos um morto na capital ucraniana, Kiev.
Mais de sete milhões de habitações da Ucrânia estão sem eletricidade após os novos bombardeamentos russos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.