Nascida e criada em Braga: conheça a app que mede a sua influência nas redes sociais
Miguel Caeiro, CEO da empresa, que dirige as operações da SKORR a partir de São Paulo, conta como se “navega” nesta nova realidade.
Como é que nasce a ideia da aplicação (app) Skorr?
Nasce num contexto de grandes desafios, mas também de enormes oportunidades. A proliferação das redes sociais, ultrapassando a marca dos 3 mil milhões de pessoas, introduziu novos comportamentos, regras hábitos e costumes, excelentes oportunidades, desafios, mas também algumas ameaças, nomeadamente ao nível de privacidade e segurança. As grandes marcas e empresas, para enfrentarem esses desafios e ameaças, dotaram-se de talentos especializados para lidar com esta nova realidade, quer internamente, quer subcontratando em operadores especializados. No entanto, as pessoas não têm nada que as ajude a navegar nesta nova realidade. Foi com base nessa visão que decidimos lançar o Skorr, uma aplicação que, a partir do telemóvel, visa colocar a pessoa ao “volante” da sua vida online.
O que os utilizadores vão encontrar no Skorr? Que tecnologias utilizaram para desenvolver?
Os utilizadores passam a ter uma visão do conjunto das suas redes sociais e a poder medir, numa escala de 1 a 100, a sua influência online. Vão conseguir entender qual a sua personalidade online (como percebida pelos outros), quais os indicadores principais da sua presença, analisar a performance dos seus posts, as características da sua audiência, e vão conseguir, de acordo, com os seus objectivos, melhorar os seus resultados. Podem ainda comparar os seus resultados com os seus amigos e com outros “skorrers”. Todos os indicadores são “facts based”, 100% máquina, sem intervenção humana, baseado em tecnologias e algoritmos de Inteligência Artificial (AI), Machine Learning, Image Recognition, Neuronal Language Processors (NLP), entre outras.
A quem se dirige? Quem esperam como principais utilizadores?
Aos utilizadores mais exigentes, mais críticos, mais inovadores e, sem dúvida, aos que nos farão crescer, os adolescentes — mais especificamente iniciaremos pelos adolescentes americanos. Efectuámos vários High School Labs que nos deram a perspectiva correcta sobre os desafios e as necessidades sentidas. Além dos adolescentes, sabemos que outro grupo de “heavy users” será aquele que chamamos internamente de “I Branders”. Os “I Branders” são todas aquelas pessoas que utilizam o seu nome próprio como a sua ferramenta profissional, seguramente o segmento profissional que mais cresce no mundo. Para eles, o aumento da sua influência online, aumentar o seu Skorr, vai ter uma correlação positiva directa com os resultados do seu negócio.
Como vocês encaram as questões de privacidade e do novo Regulamento Geral de Protecção de Dados (RGPD)?
Ao nascermos em 2018, temos a vantagem de o fazermos completamente alinhados com o novo regulamento europeu. Assim, os nossos termos e condições e políticas de privacidade seguem todos os guidelines, o que nos coloca, em termos mundiais, confortáveis em todas as regiões fora da Europa. Além disso, 100% dos nossos utilizadores efectuarão o chamado “opt-in” explícito, concordando com o tratamento dos dados que efectuaremos em seu nome, e para seu benefício e vantagem. Acreditamos que todas as pessoas podem, e devem, usar mais e melhor as suas redes sociais, potenciando o lado bom e positivo que elas trouxeram para as nossas vidas. Acreditamos que todos devem ter o controlo da sua vida online, nas suas mãos.
São uma empresa portuguesa, mas o Miguel está fisicamente em São Paulo (Brasil). Por outro lado, a app foi lançada em Nova Iorque…
Desde o momento zero, desenhámos o Skorr para um lançamento global. Acreditamos que, no mundo das redes sociais, apenas essa perspectiva faz sentido. Por uma questão de origem da maioria dos fundadores, instalámos a sede em Lisboa, temos a equipa de desenvolvimento e escritório em Braga, a de Growth Management entre São Paulo, Nova Iorque e Los Angeles, e a de Relações Públicas divide-se entre França e Estados Unidos. Estou em São Paulo, Nova Iorque e Portugal. O que menos importa hoje é onde estamos fisicamente, mas sempre nos focámos para o lançamento ser efectuado nos EUA — o maior e mais relevante mercado de redes sociais —, seguindo-se o Brasil e a Europa. Para já vamos deixar de fora a região Ásia-Pacífico e África.
Como é que os desafios actuais das redes sociais, e depois do episódio com os dados do Facebook, afectaram o vosso lançamento?
Este mercado, pela sua natureza, e pela evolução natural e esperada da regulação e concorrência, é muito dinâmico e, por vezes, incerto. Quando nas telecomunicações fizemos o lançamento da Internet de alta velocidade, quando se democratizaram os telemóveis, deparámo-nos com desafios semelhantes. A velocidade da inovação, quando adoptada fervorosamente pelos utilizadores, leva a que os mercados caminhem a um ritmo mais rápido do que a legislação e a regulação, originando momentos de ajuste. Para nós, o momento é excelente, na medida em que existe uma sensibilização maior dos utilizadores comuns para a necessidade de navegarem de forma mais consciente e protegida nas redes sociais.