Não recicla os telemóveis que já não usa? Portugueses têm 31 milhões de euros na gaveta
Quando um telemóvel avaria, o primeiro instinto poderá ser tentar reparar e resolver o problema ou simplesmente substituir o equipamento por um novo. Quando a segunda opção é a eleita, o que acontece ao telemóvel antigo? E o que acontece também aos dispositivos que ainda funcionam mas que são trocados por um modelo mais recente?
Em Portugal, há 12,2 milhões de telemóveis esquecidos em gavetas ou prateleiras, sem qualquer uso ou novo destino. O número é apontado pela reBuy, empresa dedicada à reciclagem de dispositivos eléctrónicos, que sublinha ainda como os consumidores poderão ter dinheiro parado em casa.
Considerando os metais preciosos que fazem parte de um telemóvel, os 12,2 milhões de equipamentos a apanhar pó são equivalentes a 36,5 milhões de dólares, ou seja, cerca de 31 milhões de euros. É este o montante que os portugueses estão a desperdiçar.
Ouro, prata, paládio, platina e cobre são alguns dos materiais que não são aproveitados quando se escolhe não reciclar os telemóveis antigos. De acordo com o “2020 Mobile Phone E-Waste Index”, há, porém, países muito piores: no Reino Unido, por exemplo, 83,1 milhões de telemóveis estão esquecidos em casa, com metais preciosos no valor de 248,2 milhões de dólares (210,9 milhões de euros).
Quanto aos telemóveis que ganham uma segunda vida, o estudo indica que 30% dos portugueses opta por oferecê-los ou vendê-los a outras pessoas. No total, a taxa de telemóveis reciclados ou reutilizados ascende a 81% no mercado nacional.
Em termos gerais, Portugal ocupa a sexta posição relativamente ao número de telemóveis descartados per capita, ou seja, sem que sejam reciclados, vendidos ou oferecidos: 1,19 telemóveis deixados na gaveta por habitante. A Dinamarca apresenta precisamente os mesmo 1,19.
A Suécia, por seu turno, lidera com 1,31 telemóveis descartados por cada habitante, seguindo-se a Finlândia (1,29), Lituânia (1,24), Estónia (1,24) e Reino Unido (1,24).A análise tem por base 24 países europeus, a que se juntam ainda o Canadá, EUA e Nova Zelândia para contexto global.
«Com este índice, queremos educar as pessoas sobre o desperdício electrónico e ajudar todas as pessoas a considerar comprar produtos tecnológicos recondicionados», comenta Torsten Schero, CEO da reBuy. Caso queiram de facto investir em novos equipamentos electrónicos, a reBuy espera que possam reciclar os modelos antigos da forma correcta ou vendê-los, em vez de os mandarem para o lixo comum.