Não é só o TikTok: deputados franceses alertam contra utilização do Whatsapp ou Instagram

Diversos deputados da Assembleia Nacional de França receberam uma recomendação de limitar o uso de aplicações de redes sociais e de serviços de mensagens, segundo revelou esta quinta-feira o jornal ‘POLITICO’, que teve acesso a um email no qual era pedido contenção na utilização do TikTok mas também plataformas como o Snapchat, Whatsapp, Instagram, Telegram e Signal.

“Tendo em conta os riscos particulares a que o exercício do seu mandato expõe os deputados que utilizam estas aplicações, queremos apelar à vossa extrema vigilância e recomendar que limitem a sua utilização”, escreveram Marie Guévenoux e Eric Woerth do partido ‘Renascimento’ de Emmanuel Macron e Eric Ciotti do conservador ‘Les Républicains’.

A intenção francesa de colocar empresas chinesas e americanas ‘no mesmo cesto’ contrasta fortemente com as medidas adotadas em outros países europeus – basta recordar o Governo holandês, que visou aplicações de países que realizaram “programas cibernéticos ofensivos” contra ao Países Baixos, como a China, Rússia, Coreia do Norte e Irão.

No email era ainda recomendado as membros do Parlamento para usares a aplicação de software francesa ‘WIMI’ para gestão de projetos e trabalho colaborativo. Pôde ainda ler-se que o principal problema das aplicações de redes sociais é que as leis chinesas e americanas são extraterritoriais, ou seja, os dados pessoais recolhidos nas plataformas podem ser usados por serviços de inteligência estrangeiros.

“Os EUA estão bem cientes de que todos os seus argumentos usados ​​contra o TikTok – ou seja, que a lei chinesa é extraterritorial – ecoam desajeitadamente o que os europeus os censuram há algum tempo”, revelou Mathilde Velliet, investigadora em geopolítica tecnológica do Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI).

“Por outro lado”, acrescentou, “os EUA também acreditam que não podem ser colocados no mesmo patamar que a China, porque são um aliado europeu com uma relação política e de segurança diferente e porque é uma democracia”.

Ler Mais