“Não creio que seja pré-requisito”: Presidente checo defende que Ucrânia pode aderir à NATO mesmo com o território ocupado pela Rússia

A Ucrânia deve poder aderir à NATO mesmo que não recupere todo o território atualmente ocupado pela Rússia, afirmou esta segunda-feira o Presidente da República Checa, Petr Pavel.

“Não creio que a recuperação total do controlo sobre todo o território seja um pré-requisito”, declarou Pavel ao jornal checo Novinky e Právo.

Pavel, que já foi general da NATO, sublinhou que, mesmo que a Ucrânia não recupere todo o território, pode existir uma solução administrativa que permita a adesão. “Se houver uma demarcação, mesmo que seja uma fronteira administrativa, podemos tratá-la como temporária e aceitar a Ucrânia na NATO no território que controlará naquele momento”, acrescentou.

O Presidente checo utilizou a Alemanha Ocidental como exemplo de um território ocupado que se integrou na aliança militar. A Alemanha Ocidental foi admitida na NATO em 1955, enquanto a parte oriental do país estava sob ocupação soviética. “Embora parte da Alemanha estivesse ocupada pela União Soviética… o resto foi aceite na NATO”, recordou Pavel. “Portanto, penso que há uma solução técnica e legal que permitiria a adesão da Ucrânia à NATO sem envolver a NATO num conflito direto com a Federação Russa.”

Enquanto a invasão russa da Ucrânia continua, Moscovo ainda controla cerca de 20 por cento do território ucraniano.

Embora Kyiv tenha conseguido recuperar algumas áreas que foram inicialmente ocupadas pelas tropas russas nos primeiros dias da invasão em 2022, os avanços no leste do país têm sido mais lentos, com as forças ucranianas a enfrentarem uma resistência significativa por parte das tropas russas.

As declarações de Petr Pavel surgem num contexto de debate contínuo sobre a segurança europeia e o futuro da Ucrânia na aliança atlântica, uma questão central na política externa da região desde o início do conflito.

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