Na rede do óleo de palma. Suspeitas de escravatura e violações chegam à cosmética e à banca

Algumas das maiores marcas mundiais de alimentos e cosméticos, e a banca, têm sido associadas a abusos relacionados com a exploração de óleo de palma na Malásia e Indonésia, segundo indica uma nova investigação da Associated Press (AP).

Segundo apurou um mais recente relatório, milhões de trabalhadores de algumas das regiões mais pobres da Ásia, que trabalham para produzir óleo de palma, estão a enfrentar várias formas de exploração – sendo as mais graves o trabalho infantil, a escravatura e (alegada) violação.

A Malásia e a Indonésia produzem cerca de 85% da oferta mundial estimada em 65 mil milhões de dólares de óleo de palma, um produto que se encontra em aproximadamente metade dos produtos nas prateleiras dos supermercados e na maioria das marcas de cosméticos, de acordo com a CNBC. A exploração de óleo de palma representa uma ameaça grave para o ambiente.

A AP disse ter entrevistado mais de 130 funcionários, atuais e antigos, de 24 plantações de óleo de palma nos dois países asiáticos, que alegadamente fornecem uma série de marcas globais de alimentos e cosméticos e recebem financiamento de dezenas de grandes bancos e instituições financeiras.

Mais de 100 activistas, funcionários do Governo e académicos foram também entrevistados. Os jornalistas da AP afirmam ter testemunhado alguns dos alegados abusos em primeira mão, juntamente com a revisão de relatórios policiais e queixas feitas a sindicatos de trabalhadores, e a obtenção de filmagens e fotografias contrabandeadas para fora das plantações.

Alguns dos bancos contactados pela AP registaram as suas próprias políticas que se comprometeram a apoiar práticas de sustentabilidade na indústria. Algumas das marcas de cosméticos mencionadas no relatório salientaram que tinham mudado de fornecedor.

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