Mulher vê operação ser cancelada quando estava no bloco operatório e de cateter para anestesia colocado
Uma mulher de 54 anos viu a sua cirurgia ser adiada quando já estava no bloco operatório e com o cateter para a anestesia colocado. De acordo com o ‘Jornal de Notícias’, o adiamento deveu-se à falta de autorização do conselho de administração do Hospital de Santo António, no Porto, para implementar os dispositivos necessários.
Elisabete Mendes esperou durante anos por uma operação à coluna. “Há vários anos que ando para ser operada, mas meteu-se a Covid-19 pelo meio e só em maio deste ano é que me marcaram a operação para meter uns parafusos. Ficou programada para 17 de outubro”, salientou a mulher, de Fânzeres, Gondomar.
“Às 7h30 do dia 17, estava no hospital, as enfermeiras prepararam-me e levaram-me para o bloco operatório. Até já tinha colocado o cateter para ser anestesiada quando, de repente, vi os médicos a falarem uns com os outros”, recordou.
“Um dos médicos veio à minha beira e disse-me que não seria operada, porque não havia autorização da administração para usar o material necessário à cirurgia. Disse-me que o material estava no hospital, mas que os médicos não podiam usá-lo”, explicou Elisabete Mendes, que saiu do hospital nesse mesmo dia, com instruções para regressar na semana seguinte, para ser operada. “Mas, no dia anterior à data marcada, ligaram-me a adiar novamente a cirurgia, com a justificação de que ainda não havia autorização da administração. Fiquei com consulta marcada para fevereiro.”
O conselho de administração da Unidade Local de Saúde de Santo António, sob o comando de Paulo Barbosa, explicou ao jornal diário que a cirurgia “exige a implantação de dispositivos tecnológicos inovadores, de uso absolutamente excecional”. “Não foi possível desenvolver os complexos procedimentos administrativos conducentes à sua aquisição atempada, que ainda estão em curso”, referiu, salientando que “a cirurgia será antecipada” em relação à data da consulta.
“Deram-me dois endereços eletrónicos para apresentar queixa, mas, passado quase um mês, ainda não responderam aos emails. A administração também nunca falou comigo, nem pediu desculpa”, recordou Elisabete Mendes: ao ‘JN’, o Hospital Santo António lamentou “a falha de comunicação interna e apresentam-se desculpas à cidadã pelos transtornos”.