Mulher do primeiro-ministro espanhol vai hoje a tribunal num caso de alegada corrupção e tráfico de influências

Begoña Gómez, mulher do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, foi notificada para depor, esta sexta-feira, “na qualidade de investigada” num processo de possível tráfico de influências, segundo uma decisão do juiz que tutela o processo que investiga suspeitas de tráfico de influências e corrupção no setor privado numa série de contratos públicos adjudicados a empresas propriedade de um professor universitário com ligações a Begoña Gómez.

De acordo com a publicação espanhola ‘ABC’, a queixa, apresentada em abril último, foi levada ao tribunal liderado pelo juiz de instrução Juan Carlos Peinado, que abriu o processo preliminar a 16 de abril e concordou em convocar uma série de testemunhas para tentar esclarecer os factos. O juiz ordenou igualmente o sigilo da investigação preliminar.

De acordo com a denúncia, divulgada pelos jornais espanhóis, Begoña Gómez terá assinado uma carta, enquanto codiretora do Mestrado em Angariação de Fundos da Universidade Complutense de Madrid, a validar a mais-valia de uma empresa de Carlos Barrabés, num concurso público, que acabou por ganhar.

A queixa partiu do sindicato Manos Limpias, que representa os funcionários públicos e que já esteve na origem de outras denúncias, algumas das quais sem sucesso.

“Continuo a acreditar na justiça do meu país”, declarou Sánchez, questionado no Parlamento por Gabriel Rufián, porta-voz do partido Esquerda Republicana da Catalunha, sobre o processo judicial aberto contra a sua mulher.