MTIC: A sigla que diz quanto custa (realmente) um empréstimo

Em que consiste?

O MTIC é simplesmente a soma do montante total do empréstimo (capital) com os custos associados ao crédito (juros, comissões bancárias, impostos e outros encargos).

Tome nota:

Para comparar propostas de empréstimos é essencial ter em conta o MTIC em vez da prestação mensal. Por muito que a mensalidade seja fulcral para organizar o orçamento mensal e perceber como não pressionar a taxa de esforço, é o MTIC que indicará verdadeiramente quanto custará o crédito no final.

Ainda assim, é preciso ter atenção a outro fator. Nos contratos com taxa variável – como é o caso do crédito à habitação indexado à EURIBOR – o MTIC torna-se meramente indicativo, uma vez que a prestação mensal (devido à flutuação das taxas de juro) estará dependente das oscilações do mercado.

Regra geral, quanto mais elevada for a taxa de juro, mais elevado será o MTIC, uma vez que os juros a liquidar serão maiores. Da mesma forma, quanto maior for o prazo contratado, à partida mais elevado será o MTIC, na medida em que se pagarão mais juros.

O MTIC é indicado na FINE (Ficha de Informação Normalizada Europeia) do empréstimo que o banco ou instituição financeira são obrigados a fornecer ao cliente antes de este aceitar uma proposta de financiamento.

A FINE é o documento que contém todas as informações sobre o crédito em questão, nomeadamente: a identificação da entidade bancária, as taxas de juro aplicadas, o MTIC, as garantias bancárias requeridas, as comissões e os custos associados ao contrato, entre outras informações.

Em que parte da FINE é possível consultar o MTIC?

Na Ficha de Informação Normalizada (FIN) de um crédito ao consumo constará da secção referente ao “Custo do Crédito” e também na área do Plano Financeiro do Empréstimo.

Na FINE (Ficha de Informação Normalizada Europeia), no caso do crédito à habitação e de outros créditos garantidos por hipoteca, o MTIC encontra-se na secção “Principais caraterísticas do empréstimo”, no campo “Montante total a reembolsar (MTIC)”.

Quanto poderá ser o MTIC de um crédito?

Exemplo de crédito pessoal: 6 mil euros a 3 anos (36 meses)

Tome-se o exemplo de um casal, a Joana e o André, que se vão casar brevemente e que pretendem fazer a sua lua de mel nas Maldivas. Visto que não dispõem do montante necessário (6 mil euros) para realizar esta viagem de sonho, colocaram a hipótese de pedirem financiamento para o efeito, ao que lhes foram apresentadas as seguintes condições:

  • TAEG: 12,8%
  • TAN: 9%
  • Comissões iniciais: 135€
  • Imposto do Selo: 90€

Com estas condições, para o prazo e montante pretendidos, o MTIC deste crédito seria de 7.053,96 euros.

Exemplo de crédito à habitação: 150 mil euros a 40 anos (480 meses)

A Ana e o Jorge, um casal com 27 anos, decidiram avançar com a compra da sua primeira casa, avaliada em 177 mil euros e adquirida por 160 mil. Precisaram de solicitar um empréstimo à habitação para 150 mil euros e escolheram um prazo de 40 anos com taxa variável indexada à EURIBOR a 12 meses. Foram-lhes apresentadas as seguintes condições:

  • TAEG: 2,4%
  • TAN: 1,46%
  • Comissões iniciais: 280€ (abertura de processo) + 130€ (formalização) + 230€ (avaliação do imóvel)

Com estas condições, às quais se juntam mensalmente os seguros de vida e do imóvel, o MTIC deste empréstimo seria de 231.339,28 euros.

Cabe salientar que as novas FINE do crédito à habitação, que entraram em vigor em janeiro do ano em curso, fazem uma prospeção do MTIC e da prestação mensal face a um cenário de subida da TAN (Taxa Anual Nominal) para o valor mais alto dos últimos 20 anos.

Para comparar propostas de crédito e simulações de vários bancos é essencial ter atenção sobretudo ao MTIC. Por muito que a prestação mensal influencie as contas mensais e seja importante para evitar pressionar a taxa de esforço, é o MTIC que irá definir quanto pagará, no final, pelo empréstimo que solicitou. Será este elemento que dirá quanto pagou ao banco por cada euro que pediu emprestado.

Ler Mais





Comentários
Loading...