MP arquiva investigação por alegada pressão de Ricciardi sobre Passos Coelho para a privatização da REN

José Maria Ricciardi, ex-presidente do BES Investimento, viu ser arquivada uma investigação do Ministério Público, que decorria há 10 anos, sobre uma alegada pressão sobre o então primeiro-ministro Pedro Passos Coelho quanto à privatização da REN, informou esta quarta-feira a ‘CNN Portugal’.

Em causa estão 10 escutas telefónicas com Passos Coelho, entre janeiro e julho de 2012, que poderiam configurar num crime de tráfico de influência – no entanto, o despacho do DCIAP apontou que as pressões exercidas “estão nos limites aceitáveis”.

Recorde-se que o ex-primeiro-ministro foi alvo de escutas em 2012, quando Ricciardi liderava o BES Investimento: as autoridades abriram um inquérito em 2013, tendo sido constituídos arguidos o banqueiro e Jorge Tomé, que na altura era presidente do Caixa Banco Investimento, que cumpriu a assessoria ao Estado na venda da EDP e da REN.

Uma dessas escutas aconteceu cerca de 15 dias antes de o Governo de Passos Coelho ter dado autorização à privatização da REN. Na conversa, José Maria Ricciardi, que assessorava a proposta da chinesa State Grid, requisitou informações ao antigo-primeiro-ministro. Porém, o ex-líder do PSD pediu que não “levasse a mal”, mas que não “podia falar com ele sobre essa matéria”.

As interceções telefónicas fortuitas entre Ricciardi e Passos Coelho foram gravadas no âmbito do processo ‘Monte Branco’: na altura, Ricciardi estava sob escuta, sem o saber, e contactou Passos Coelho por telefone e SMS, entre janeiro e julho de 2012, a propósito da privatização da EDP e da REN. Passos Coelho não era o alvo dessas interceções nem era suspeito.




Comentários
Loading...