Mosquito da dengue encontrado na região de Lisboa e Vale do Tejo e em Pombal. DGS lança alerta e deixa recomendações

A Direção-Geral da Saúde (DGS) revelou esta quinta-feira que a espécie de mosquito Aedes albopictus foi recentemente identificada nos Municípios de Cascais, na Região de Lisboa e Vale do Tejo, e em Pombal, na Região Centro. Esta deteção, anunciada esta tarde, marca a expansão da presença deste mosquito no território nacional, que já havia sido previamente identificado em outras regiões de Portugal.

Histórico e Expansão da Espécie

OAedes albopictus é uma espécie invasora que foi registada pela primeira vez em Portugal em 2017, na Região Norte. Desde então, a sua presença tem sido identificada progressivamente em várias regiões do país, incluindo o Algarve (2018), Alentejo (2022) e Lisboa e Vale do Tejo (2023). A Região Autónoma da Madeira tinha sido o primeiro local a registar a presença do Aedes aegypti, uma espécie estreitamente relacionada, desde 2005. Até à data, os Açores permanecem sem registos de mosquitos do género Aedes spp.

A nível europeu, o Aedes albopictus tem-se disseminado pelos países do Sul, como Itália, França, Malta, Grécia e Espanha, onde tem sido observada uma transmissão local limitada de doenças associadas, destaca a DGS.

Riscos e Medidas de Controlo

O Aedes albopictus é conhecido por ser vetor de várias doenças potencialmente graves, incluindo dengue, chikungunya e Zika. No entanto, até ao momento, a DGS não identificou a presença de agentes patogénicos nestes mosquitos em Portugal continental, nem foram reportados casos de transmissão local de doenças humanas.

Para gerir e mitigar os riscos associados à presença deste mosquito, a DGS, em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e outros parceiros, está a assegurar a monitorização contínua da situação. Esta abordagem é parte da Estratégia Nacional de Prevenção e Controlo de Doenças Transmitidas por Vetores.

Recorde-se que, ontem, a DGS publicou a Orientação n.º 003/2024, datada de 31 de Julho de 2024, que estabelece diretrizes para a intervenção intersetorial na prevenção e controlo de mosquitos invasores do género Aedes spp. Esta orientação surge após consultas com parceiros municipais, empresas públicas e privadas e serviços de controlo de pragas.

Recomendações da DGS

Em face da situação atual, a DGS recomenda as seguintes medidas:

  1. Para Viajantes: Se alguém regressar recentemente de uma área onde circulam vírus transmitidos por mosquitos e apresentar sintomas sugestivos (como febre, erupções cutâneas ou dor abdominal), deve contactar o SNS 24 através do número 808 24 24 24 e informar sobre o histórico de viagem.
  2. Para Equipas de Saúde Pública: Deve-se proceder à investigação epidemiológica de qualquer caso notificado de dengue, chikungunya ou Zika para garantir uma resposta adequada.
  3. Para Parceiros Comunitários: É essencial colaborar na vigilância entomológica e, se necessário, implementar medidas de acordo com a Orientação n.º 003/2024.
  4. Para Profissionais de Saúde: Reforçar a capacitação dos profissionais de saúde e outros intervenientes relevantes para a deteção, diagnóstico e resposta a doenças transmitidas por mosquitos do género Aedes spp.
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