Morreu Joana Marques Vidal, ex-procuradora-geral da República
Joana Marques Vidal, que foi procuradora-geral da República, morreu esta terça-feira aos 68 anos, avança o jornal ‘Observador’: estava há várias semanas em coma no Hospital de São João, no Porto, devido a uma infeção numa intervenção cirúrgica que havia feito para uma doença oncológica, indica o ‘Sapo’.
O corpo da ex-procuradora-geral da República vai estar em câmara ardente na quarta-feira a partir das 14h às 22h na freguesia de Pedaçães, concelho de Águeda. As cerimónias fúnebres vão ter lugar em Aveiro.
Joana Marques Vidal foi procuradora-geral da República entre 2012 e 2018, depois de ter sido procuradora-geral adjunta e presidente da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima: rendeu Fernando Pinto Monteiro e tornou-se a primeira vez, desde 1833, que uma mulher liderou a Procuradoria-Geral da República. Foi sucedida no cargo por Lucília Gago.
Filha do juiz jubilado José Marques Vidal e irmã do procurador João Marques Vidal, a ex-procuradora-geral licenciou-se em 1978 na Faculdade de Direito de Lisboa e entrou para a magistratura do Ministério Público no ano seguinte como estagiária. Em 1994, foi promovida a procuradora da República e colocada na comarca de Lisboa.
Foi ainda vogal do Conselho Superior do Ministério Público, procuradora da República coordenadora dos magistrados do Ministério Público do Tribunal de Família e Menores de Lisboa, de 1994 a 2002, e diretora-adjunta do Centro de Estudos Judiciários, entre 2002 e 2004.
Em outubro de 2018, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa condecorou Joana Marques Vidal, com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo. Na cerimónia de agraciamento, realizada no Palácio de Belém, estiveram presentes o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e o primeiro-ministro, António Costa.
“Joana Marques Vidal desempenhou um relevante papel na sociedade portuguesa, como jurista ilustre, magistrada com profundas preocupações sociais e funções de liderança, nomeadamente enquanto Procuradora-Geral da República.
Granjeou o respeito e o apoio de pares, subordinados e da sociedade em geral, nunca deixando de se dedicar a uma pedagogia democrática, com destaque para a participação cívica e a defesa dos direitos fundamentais, neles avultando o papel da mulher e a defesa dos mais frágeis e discriminados.
O Presidente da República, que ainda há duas semanas, acompanhou, no Porto, a sua luta pela vida, apresenta à Família e aos muitos Amigos e Companheiros de jornadas os mais emocionados sentimentos”, refere Marcelo, numa nota no site da Presidência da República.