Moody’s desce previsão de preço do petróleo para entre 45 e 65 dólares
A agência de notação financeira Moody’s desceu, esta quinta-feira, a previsão de preço do petróleo para entre 45 e 65 dólares, considerando que a recuperação da procura desta matéria-prima será mais lenta que a retoma económica.
“Reduzimos as nossas previsões, de 50 a 70 dólares por barril, para 45 a 65, refletindo a nossa visão de que os preços do petróleo vão continuar altamente voláteis, com períodos acima e abaixo do limite das previsões”, escrevem os analistas, num comentário à evolução do setor.
De acordo com o documento, “as questões geopolíticas e as tentativas de gestão da oferta pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) também vão originar flutuações frequentes no preço”.
Segundo a Moody’s, a pandemia da covid-19 vai afetar os mercados globais de três maneiras, sendo a primeira a ligação entre a evolução da economia e a procura de petróleo.
“Assumindo uma recuperação económica gradual começando na segunda metade de 2020, a Associação Internacional da Energia estima que no final do ano a procura seja de 6,5 milhões de barris por dia, o que equivale a 6% menos que os níveis antes da crise”, lê-se no texto.
A segunda alteração estrutural é que haverá uma recuperação mais lenta dos preços em comparação com a retoma da atividade económica: “As medidas governamentais para reduzir a propagação do novo coronavírus restringiu as atividades dependentes do petróleo, como as viagens de avião, que vão recuperar mais lentamente que o PIB geral, por isso os elevados inventários de petróleo e combustíveis a nível global vai abrandar ainda mais o ritmo da recuperação da procura de petróleo.
Por último, nota a Moody’s, as alterações na maneira de trabalhar implicam também uma redução do consumo de petróleo, já que a pandemia do novo coronavírus “iniciou uma experiência em tempo real sobre a digitalização dos serviços, trazendo possivelmente alterações permanentes à natureza do trabalho na indústria dos serviços, reduzindo quer as viagens de negócios, quer as próprias deslocações para os escritórios”.