Ministra da Saúde recusa aumentos salariais a médicos. Reunião termina sem acordo

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) teve a primazia nas reuniões agendadas para esta sexta-feira com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e respetiva equipa, mas ‘esbarrou’ na ‘nega’ da governante a mais aumentos salariais no novo protocolo de negociação. A reunião de hoje terminou sem acordo.

Ana Paula Martins apresentou um protocolo negocial que não inclui qualquer valorização das remunerações, levando os médicos a recusar o acordo proposto.

“Nós não conseguimos chegar a acordo sobre os termos do protocolo de negociação, principalmente porque não inclui a grelha salarial. O SIM recusou assinar e o Governo ficou de pensar”, justificou o secretário-geral do SIM, Nuno Rodrigues, à saída do encontro.

O responsável sindical deixou um aviso sério ao Executivo: “O Governo que pense bem, muito bem.”

No final do encontro, o dirigente sindical manifestou total desalento face ao que ouviu da equipa ministerial. “O Governo não se compromete em conseguir incluir as grelhas salariais”, uma das exigências irredutíveis dos médicos e de outros profissionais do Serviço Nacional de Saúde.

Ao longo desta sexta-feira, médicos, enfermeiros e farmacêuticos vão sentar-se à mesa com Ana Paula Martins, com o objetivo de explicar os “pressupostos, âmbito e objeto da negociação”.

A ministra enfrenta a difícil tarefa de chegar a um acordo com os profissionais para melhorar as condições de trabalho, em particular as remunerações.

No que diz respeito aos médicos, Ana Paula Martins tem logo à partida a exigência de um aumento de 15% nos salários base para cumprir o acordo feito entre o SIM e o anterior ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e um reforço de 30% pago em duas fases. A primeira metade está em vigor desde o início do ano, mas, mesmo assim, no mês passado, ainda não estava a ser paga a 23% dos médicos, segundo um inquérito realizado pelo SIM.

Em relação às condições de exercício, os médicos desejam a redução da jornada diária, a diminuição do tempo de trabalho nas urgências ou a inclusão dos médicos internos, ainda em formação, no primeiro escalão da carreira, por exemplo. Este caderno de reivindicações tem sido defendido pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM).

Já as classes profissionais dos enfermeiros e dos farmacêuticos existem questões relacionadas com a carreira e o reforço do número de profissionais no Serviço Nacional de Saúde, para além de aumentos salariais.

Recorde-se que, mesmo sem começo das negociações, os enfermeiros já avançaram com uma greve, convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

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