Ministério Público pede pena de prisão para portuguesa acusada de insultos racistas aos filhos menores de atores brasileiros
O Ministério Público pediu esta quarta-feira a condenação a pena de prisão da mulher que foi acusada de racismo contra os filhos dos atores brasileiros Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso: Adélia Barros chamou de “pretos imundos” aos filhos menores do casal de atores numa esplanada de um restaurante na Costa de Caparica em Almada, em 2022, tendo visado igualmente um grupo de turistas angolanos.
Nas alegações finais do julgamento no Tribunal de Almada, refere o ‘Correio da Manhã’, a procuradora Marta Morgado defendeu pena de prisão para a portuguesa devido a crimes como injúrias graves e difamação, salientando o registo criminal da arguida, bem como a falta de arrependimento da mesma, assim como a evidência da prática de muitos outros momentos de teor racista e xenófobo. O Ministério Público considerou, no entanto, que a pena de prisão deve ser suspensa, sujeita a regime de prova e devendo a arguida ser sujeita a tratamento contra o alcoolismo.
O advogado Rui Patrício, representante do casal brasileiro, destacou que a motivação e o teor racista das ofensas têm de ser levadas em conta na punição, “revestindo especial gravidade o caráter racista, discriminatório e xenófobo das ofensas”. “A ordem jurídica não pode ficar indiferente a este tipo de condutas e que a sociedade não compreenderia uma decisão que não fosse de condenação”, sustentou, salientando que a pena de prisão deve ser efetiva ou suspensa se houver o pagamento de indemnização civil de 35 mil euros.
A defesa de Adélia Barros defendeu a absolvição da arguida de alguns dos crimes imputados, reforçando a condenação da mesma por crime de embriaguez e intoxicação, ou por três crimes de ofensa. A leitura da sentença está marcada para o dia 15 de novembro, às 14h. O julgamento teve início a 26 de setembro.