Ministério da Educação obriga professores a devolver routers às escolas e a pagar internet em casa

Os professores e a maioria dos alunos vão ter de devolver os cartões SIM e aparelhos de hotspot (routers portáteis), atribuídos nos kits tecnológicos, às escolas: de acordo com o ‘Jornal de Notícias’, o acesso gratuito à internet fica reservado para os abrangidos pelos três escalões da Ação Social, os que estudam por manuais digitais ou os que têm de fazer provas digitais no final do ano.

“Querem ensino digital, mas vão retirar acesso à maioria. Temos de ter condições de trabalho. A decisão deve ser revertida”, alertou Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), que indicou que as escolas continuam com milhares de equipamentos avariados, sem técnicos ou verba para os arranjar, e alunos ainda à espera de equipamentos.

As provas digitais no 9º ano foram adiadas porque mais de 13 mil alunos não tinham computadores. “Agora a situação ainda está pior. E já não se pode retroceder”, destacou o responsável, lamentando que a rede das escolas ainda esteja por ser reforçada.

De acordo com a Fenprof, as avarias e falhas na rede das escolas foram das principais queixas dos diretores. “Muitas das reuniões, que são ao final do dia ou à noite, são online. Além de que a maior parte da componente individual de trabalho do professor é feito em casa”, frisou Mário Nogueira, que criticou a medida que força os professores a pagar internet para conseguirem trabalhar.

A Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares, num email enviado às escolas, apontou que cada sala de aula terá “um dispositivo de conetividade”. Já o Ministério da Educação, Ciência e Inovação sublinhou que “os professores poderão sempre utilizar os cartões e hotspots que vão ser disponibilizados para as salas”, salientando estar a fazer um levantamento para apurar o número de reparações e de aquisições necessárias.

“Genericamente, as escolas têm os mesmos problemas: milhares de computadores avariados, amontoados, sem forma de os reparar e cada vez mais alunos sem equipamentos”, descreveu Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares. “Era um problema previsível criado pela falta de um plano de manutenção.”

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