Mesmo sem a Rússia, as importações de petróleo para a UE devem continuar a aumentar
O volume de petróleo importado para a União Europeia deverá continuar a aumentar e poderá mesmo vir a atingir níveis do período pré-pandemia, ainda que o influxo desta matéria-prima energética proveniente da Rússia possa diminuir.
De acordo com dados divulgados pela ‘Bloomberg’, as importações de petróleo para a UE poderão chegar aos 1,45 milhões de barris diários, o valor mais alto desde agosto de 2019. Para abril, calcula-se que as importações russas representem 40% do total, o volume mais baixo desde dezembro de 2021. No ano passado, as importações russas representaram uma média anual de 56% do total de importações de petróleo para bloco europeu.
No contexto da invasão russa da Ucrânia, os 27 têm procurado reduzir a dependência do petróleo russo, diversificando as fontes de fornecimento, e está em discussão a implementação de um embargo formal de amplitude comunitária. Mas os Estados-Membros têm conseguido dar a volta por cima.
A estratégia UE para reduzir a dependência da Rússia poderá passar pelo aumento das importações de petróleo oriundo de países como Argélia, Qatar ou Nigéria. Também o peso dos EUA tem aumentado no volume de exportações de petróleo para a UE, depois de, ainda em março, o Presidente Joe Biden ter dado ordem para uma libertação extraordinária das reservas estratégias do país para colmatar os impactos causados pelo abandono do petróleo russo.
Apesar de estar a ser debatido e considerado um embargo total à importação de petróleo russo, a UE ainda poderá ter um longo caminho pela frente até conseguir alcançar um consenso, considerando que alguns Estados-Membros podem vir a sofrer sérios danos caso abandonem o petróleo de Moscovo.
O banco central alemão, Bundensbank, avançou esta sexta-feira, dia 22, que se a Alemanha virar as costas à energia russa poderá sofrer uma queda de 5% do PIB, acrescida de um aumento dos custos da energia e da intensificação da inflação, o que tornaria bastante real a possibilidade de o país mergulhar numa recessão.
Este cenário poderá estar a ser equacionado por outros Estados-Membros, pelo que a proibição da importação dos produtos energéticos da Rússia poderá não estar no horizonte próximo, se é que chegará a acontecer de todo.