Mercados celebram vitória de Trump sem contestações, mas preocupações inflacionárias aumentam
A vitória republicana nas eleições dos EUA, que garantiu não só a presidência como também o controlo da Câmara e do Senado, trouxe uma resolução clara para as incertezas do mercado. Joana Vieira, Partner da Ebury Portugal, explicou que “o risco antes temido pelos mercados, de uma eleição contestada, não será um problema.”
Os ativos de risco responderam com ganhos nos principais índices de ações, excetuando-se os índices europeus. “Os ativos de risco parecem estar a celebrar este último aspeto com ganhos crescentes na maioria dos índices de ações, com a notável exceção dos índices europeus,” observou Vieira. As taxas de juros subiram ao longo da curva, movidas pelos “temores dos instintos inflacionários de Trump”, e o dólar valorizou-se acentuadamente, embora “não tanto quanto seria esperado, num sinal de que os mercados tinham precificado uma vantagem de Trump antes das eleições.”
Com as eleições dos EUA resolvidas, Joana Vieira afirmou que “as notícias macroeconómicas e políticas deverão voltar a ter importância.” No entanto, sublinhou que este impacto será “ocasionalmente inundado por manchetes sobre as políticas da próxima administração, particularmente no que diz respeito às tarifas.” Acrescentou ainda que os dados de inflação desta semana nos EUA serão fundamentais para avaliar “a reavaliação da semana passada da futura política de flexibilização da Reserva Federal.” Por outro lado, destacou que “o relatório laboral do Reino Unido será observado de perto, dada a incerteza adicional sobre o ritmo e dimensão de novos cortes do Banco de Inglaterra introduzidos pelo orçamento do Partido Trabalhista.”