Mercado global faturou 46,63 mil milhões de euros com impostos sobre o carbono. Europa é quem paga mais
O mercado global conseguiu, ao longo do ano de 2020, faturar 46,63 mil milhões de euros em receitas obtidas através de impostos sobre as emissões de carbono das empresas, um aumento de quase 18% em relação a 2019, revelou o Banco Mundial num relatório publicado hoje.
A Instituição financeira alerta, no entanto, para o facto de, em muitas regiões do mundo, as taxas sobre o carbono se manterem abaixo dos valores necessários para promover mudanças estruturais que cumpram as metas do Acordo de Paris, ratificado por cerca de 200 países, em 2015, e que estabelece que nos próximos anos o aquecimento global deve ficar abaixo dos 2ºC, e preferencialmente dos 1,5ºC.
“A maioria das taxas de carbono ainda permanece muito abaixo da faixa dos 36 euros por tonelada de carbono, meta essencial para que o tratado assinado em França cumpra o seu objetivo”, pode ler-se no relatório do Banco Mundial.
O mercado europeu das licenças de carbono, onde Portugal se insere, e que há algumas semanas bateu o recorde de 50 euros por tonelada de CO2, foi o que sofreu mais, com um aumento de 30% nos preços desde o segundo semestre do ano passado, sendo por isso a principal região do globo a contribuir para o aumento da receita fiscal angariada sobre o CO2.
Em 2021, a fome por instrumentos regulatórios que apertem o cerco às emissões empresariais mantem-se insaciável. Até ao momento, há 64 ferramentas fiscais ou comerciais em todo o mundo que obrigam as entidades a pagar pelo carbono com que poluem o ambiente, uma subida considerável face às 58 observadas em 2020, o que reforça a capacidade mundial de mitigação das emissões para mais 21%, tendo em conta o ano anterior.
Atualmente, a grande esperança para a redução de emissões tem os olhos voltados para a China, o maior mercado de carbono do mundo, que no início deste ano presenteou o globo com uma boa notícia, ao lançar as ET’s sobre CO2 (neste caso com o nome “China´s Emissions Trading Scheme”).
Os especialistas acreditam que esta nova medida fiscal de Pequim vai cobrir à volta de 30% das emissões chinesas, cerca de 4 mil milhões de toneladas de CO2, sensivelmente, de acordo com as contas do ‘South China Morning Post’.