Menino de 9 anos vive sozinho durante dois anos em França: tribunal condena mãe a 18 meses de prisão por abandono

Uma criança de 9 anos viveu dois anos sozinha na cidade francesa de Nersac entre 2020 e 2022, depois de ter sido abandonada pela mãe: a mulher foi condenada a 18 meses de prisão pelo tribunal de Angoulême, 12 dos quais suspensos, sendo que a pena de seis meses vai ser cumprida com pulseira eletrónica.

Os serviços sociais não detetaram a situação, nem a Educação Nacional, porque o jovem era muito bom na escola e não havia nada que sugerisse as suas condições de vida, segundo relatou a publicação gaulesa ‘La Charente Libre’. “Ele era sorridente, um bom aluno, sempre limpo, educado… Não havia qualquer sinal que indicasse que tinha sido abandonado”, confirmou Barbara Couturier, autarca de Nersac.

O menor viveu durante quase dois anos sozinho num apartamento, a viver de bolos e latas geladas, sem aquecimento ou sem luz, e obrigado a dormir com três edredons para não sentir frio. Os vizinhos ajudaram-no um pouco, dando-lhe de comer. Acabaram por alertar a polícia quando descobriram que a criança vivia sem os pais. Alexandra, a mãe de 39 anos com a guarda do filho, vivia em Sireuil, a 5 km do menor.

O tribunal deu como provado “o abandono de menor que compromete a sua segurança”: “a criança não tinha como se lavar com água quente”, acusou a promotora francesa. O menino foi entregue aos cuidados da família e não deseja ver mais a mãe. Apesar da provação suportada, a criança é descrita por uma educadora como um menino “muito maduro e muito resiliente” .