Meloni alerta para “maioria frágil” que decidiu distribuição de cargos na União Europeia

Giorgia Meloni apelou esta quarta-feira a mudanças no “gigante burocrático” em que se tornou a União Europeia, sugerindo que os populares, os sociais-democratas e os liberais constituem uma “maioria frágil” – criticou ainda o facto de terem acordado a distribuição dos cargos de chefia europeus sem ter em conta outros blocos políticos.

“Nenhuma democrata autêntico que acredita na soberania popular pode considerar aceitável que na Europa tenham sido feitas tentativas de negociar altos cargos antes mesmo de ir às urnas”, salientou Meloni, perante a Câmara dos Deputados italiana, sem revelar qual será a sua posição na reunião desta quinta-feira em que António Costa deverá ser conduzido à liderança do Conselho Europeu.

Os Conservadores e Reformistas (ECR) de Meloni, terceira maior força no Parlamento Europeu, foram deixados de fora desta negociações, que resultarão, salvo qualquer surpresa, na distribuição das presidências da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, bem como o cargo de Alto Representante para a Política Externa, entre famílias políticas tradicionais.

De acordo com a primeira-ministra italiana, estas negociações não representam qualquer surpresa, sublinhando que, em resposta àqueles que dizem que “não se deve falar com certas forças políticas”, vale a pena lembrar que “as instituições foram desenhadas com uma ‘lógica neutra'”. Como tal, é questionável que um partido “pode decidir por todos”.

Giorgia Meloni, que espera que a nova Comissão Europeia faça progressos na “desburocratização”, sublinhou que “ninguém” considera neste momento que a Europa “está bem como está” e que é hora “de adotar um caminho diferente”.