Medo ou coragem? Milhares de pessoas estão a inscrever-se em ensaios experimentais de vacinas contra a Covid-19

A maioria das pessoas quer evitar ser exposta ao novo coronavírus, no entanto, um grupo de pessoas em rápido crescimento em todo o mundo diz estar preparado para enfrentar deliberadamente o vírus.

No Reino Unido, milhares de pessoas já se inscreveram numa campanha de um grupo chamado “Um Dia Mais Cedo” (One Day Sooner, em inglês) para receber uma candidata a vacina experimental e, depois, enfrentar o novo coronavírus num cenário controlado.

Os ensaios experimentais em humanos, embora, por vezes, controversos, não são uma novidade. Têm sido utilizados para a cólera, febre tifóide, malária e mesmo a constipação comum. Mas, ao contrário destas doenças, ainda não dispomos de um tratamento completamente eficaz para a covid-19.

Os voluntários em ensaios experimentais são normalmente compensados monetariamente pelo seu tempo e participação, no entanto, não deve ser paga uma quantia que possa “coagir” as pessoas.

De acordo com peritos de saúde público, este tipo de ensaios têm uma limitação, uma vez que muitos jovens e as pessoas saudáveis, que normalmente participam, não representam a população em geral.

Vários grandes fabricantes de vacinas, como a AstraZeneca, Sanofi e BioNTech, afirmaram não ter interesse em participar.

Onze candidatos à vacina estão na terceira e última fase, na qual milhares de pessoas estão a receber um candidato à vacina e são depois monitorizadas para ver se contraem a covid-19.

“Não é claro que as primeiras vacinas a serem avaliadas serão necessariamente as melhores”, disse Peter Smith, professor na London School of Hygiene & Tropical Medicine, à CNN.

“Penso que existe um argumento muito forte para explorar estes ensaios para avaliar vacinas para um grande número de potenciais candidatas em desenvolvimento”, disse ainda.

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