Médio Oriente: Irão diz-se pronto a defender soberania em caso de ataque de Israel

O Irão afirmou hoje estar “pronto para defender a soberania” em caso de ataques israelitas, tendo o Presidente iraniano apelado a Israel para que deixe de matar civis inocentes com o apoio dos EUA e União Europeia (UE).

Em declarações à televisão estatal russa, o chefe de Estado iraniano, Massoud Pezeshkian, apelou a Israel para que deixe de matar civis inocentes e acusou os Estados Unidos e a UE de o apoiarem, antes de se reunir pela primeira vez com o chefe do Kremlin, Vladimir Putin.

“Gostaria de dizer a Israel que pare de matar civis inocentes. Parem de bombardear edifícios residenciais, pessoas que não têm mais nada”, disse Pezeshkian, que participou hoje num fórum internacional no Turquemenistão, na Ásia Central.

Pezeshkian acusou Israel de violar “todos os acordos existentes” e sublinhou que fá-lo “porque sabe que pode contar com os Estados Unidos e a UE”.

A grave deterioração da situação no Médio Oriente será um dos pontos da agenda das conversações de hoje entre os líderes russo e iraniano no Turquemenistão.

“Será uma conversa importante. É o primeiro encontro”, explicou quinta-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Ao mesmo tempo, Peskov excluiu os planos de Putin para contactos, incluindo por telefone, com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

Moscovo e Teerão condenaram os ataques israelitas na Faixa de Gaza e os bombardeamentos em território libanês e sírio, enquanto Moscovo se absteve de criticar fortemente os lançamentos de mísseis iranianos contra Israel.

Entretanto, numa sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Amir Saeid Iravani, representante permanente da República Islâmica na ONU, avisou que o Irão está “pronto para defender a soberania” em caso de ataque de Israel, principal inimigo, e prometeu ripostar com o lançamento de mísseis iranianos.

“[O Irão] está totalmente preparado para defender a sua soberania e integridade territorial contra qualquer agressão que vise os seus interesses vitais e a sua segurança”, afirmou Iravani, assegurando que Teerão “não procura uma guerra ou uma escalada”, mas que exercerá o seu “direito inerente à autodefesa, em conformidade com o Direito internacional” e que informará o Conselho de Segurança da sua “resposta legítima”.

A 01 deste mês, o Irão lançou cerca de 180 mísseis contra Israel, um ataque apresentado como retaliação pelo assassínio dos líderes do Hamas palestiniano em Teerão, atribuído a Israel, e do Hezbollah libanês, bem como o de um general da Guarda Revolucionária iraniana num ataque israelita perto de Beirute.

Desde então, Israel prometeu retaliar, com o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, a anunciar na quarta-feira que o ataque seria “mortal, preciso e surpreendente”.

“Não queremos a guerra, [mas] não temos medo dela e estaremos prontos para qualquer cenário”, afirmou quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, numa entrevista à televisão Al-Jazeera.

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