Médio Oriente: Delegação israelita chega ao Cairo para continuar negociações sobre Gaza

Uma delegação israelita chegou hoje ao fim do dia ao Cairo para prosseguir as negociações sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza, após várias semanas de impasse nas conversações indiretas com o grupo islamita palestiniano Hamas.

À capital egípcia chegaram o chefe do serviço de informações estrangeiro (Mossad), David Barnea, o chefe dos serviços de segurança interna (Shin Bet), Ronen Bar, e o chefe da divisão estratégica do Exército, Eliezer Toledano, confirmou à agência EFE o porta-voz do gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

À delegação israelita juntou-se, segundo o meio de comunicação norte-americano Axios, o principal conselheiro do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para o Médio Oriente, Brett McGurk, e o diretor dos serviços de informações egípcios, Abas Kamel, que lidera a delegação do Cairo.

Entre os pontos em discussão das negociações, mediadas por Egito, Estados Unidos e Qatar, o principal obstáculo que impede a obtenção de um acordo é a presença permanente de Israel tanto na fronteira da Faixa de Gaza com o território egípcio, no corredor de Filadélfia, como no corredor de Netzarim, no norte do território.

O Hamas opõe-se a estas reivindicações, que afirma não constarem da proposta que o grupo palestiniano aceitou em julho passado, e afirma que a presença permanente das forças israelitas no enclave equivale a não pôr fim à agressão.

“Os palestinianos aceitaram a proposta de 02 de julho com base nas garantias dos mediadores, mas Netanyahu recusa-se a comprometer-se e os Estados Unidos têm a responsabilidade de pressionar para alcançar um cessar-fogo”, disse hoje Husam Badran, membro do gabinete político do Hamas e chefe do seu gabinete de relações nacionais, à cadeia televisiva Al-Jazeera.

Por seu lado, Netanyahu recusou-se explicitamente a abandonar o que considera “ativos estratégicos” para a segurança de Israel e mantém-se irredutível.

Na quarta-feira, o Presidente norte-americano voltou a apelar para “a urgência de finalizar um acordo”, durante uma conversa telefónica com Benjamin Netanyahu.

A conversa telefónica entre os dois líderes centrou-se nas “próximas discussões no Cairo para remover os obstáculos remanescentes”, antes de ser alcançado um acordo entre Israel e o Hamas, de acordo com um comunicado da Casa Branca.

O conflito foi desencadeado em 07 de outubro por um ataque sem precedentes do Hamas, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de pessoas levadas como reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, Israel lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou acima de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

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