Marta Temido: Providência cautelar contra Avante «não terá qualquer efeito suspensivo»

A ministra da saúde, Marta Temido, disse esta quarta-feira que acredita que a providência cautelar imposta contra a Festa do Avante «não terá qualquer efeito suspensivo».

Na habitual conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia em Portugal, a responsável referiu que «o ministério apenas tem o conhecimento dessa acção através da comunicação social, portanto não nos é possível pronunciar sobre ela», ainda assim «acredito que não terá qualquer efeito suspensivo, mas obviamente que o ministério acata as decisões judiciais».

Ainda sobre este tema a directora geral da saúde, Graça Freitas, também presente na conferência, acrescentou que existe já um primeiro documento com orientações sobre o evento. «Temos orientações genéricas que serão utilizadas para o evento do Avante, este é especial porque a sua tipologia é diferente», explica a responsável.

«Este evento é complexo, tem vários segmentos e circuitos próprios para circular, em cada tipologia devem aplicar-se as regras adequadas e nas entrada e saídas devam evitar-se aglomerados de pessoas, para isso contamos com a organização do evento, que terá de ser muito proactiva», afirmou Graça Freitas.

Relativamente à pandemia, Marta Temido indica ainda que «existem actualmente 154 surtos activos em Portugal», sendo que 60 estão na região Norte, seis no Centro, 66 em Lisboa e Vale do Tejo, 10 no Alentejo e 12 no Algarve.

«De todas as pessoas que foram infectadas há 73,2% que já recuperaram e apenas 0,6% foram hospitalizados». A responsável revela também que «a taxa de incidência para os últimos sete dias é de 15,3 casos por 100 mil habitantes”», por sua vez, «o  Rt é de 1, para os dias 17 a 21 de Agosto, um ligeiro decréscimo, o que significa que temos tido uma média de cerca de 200 casos por dia».

Os 362 casos de covid-19 estão «acima do que têm sido os números dos últimos dias», segundo a ministra da saúde, sendo este o maior aumento desde 15 de Julho.

O aumento dos casos está também associado aos 154 surtos activos, o que, segundo Marta Temido, revela a «fragilidade das nossas conquistas». Neste sentido, a responsável alertou para a «obrigação de manter comportamentos que respeitem o trabalho que tem sido desenvolvido» até agora.

Quando questionada sobre a norma que obriga crianças institucionalizadas a realizarem um período de quarentena, Graça Freitas, lembrou que todas as pessoas que entrem numa comunidade terapêutica «carecem de isolamento».

«A hipótese de um vírus entrar numa dessas instituições vem sempre de fora», acrescentou a responsável dizendo que  DGS segue as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) que apontam para um possível período de incubação do vírus de 14 dias.

Graça Freitas sublinha que «isolar não é abandonar. Seja em instituições para crianças seja para idosos, este isolamento é para proteger», disse. Marta temido quis frisar a mesma ideia dizendo que «aquilo que se preconiza é que as pessoas cumpram um período de isolamento físico», sem serem descurados os cuidados, carinho e atenção necessários.

Ler Mais