Marroquino que fugiu à PSP algemado fica em prisão preventiva a aguardar extradição para a Alemanha
Abdelkader Eddouh, detido pela PSP no início da semana no Aeroporto de Lisboa ao abrigo de um mandado de captura internacional emitido pela Alemanha por fogo posto, foi presente esta quinta-feira a um juiz do Tribunal da Relação de Lisboa, que decretou a sua prisão preventiva enquanto aguarda a extradição. A decisão surgiu após a sua recaptura, um dia depois de ter fugido de uma carrinha de transporte da PSP junto ao tribunal.
Na passada terça-feira, Abdelkader Eddouh, de 36 anos, conseguiu fugir da carrinha celular da PSP que o transportava ao Tribunal da Relação, após conseguir libertar-se de uma das algemas. A sua fuga deu-se em plena baixa de Lisboa, onde desapareceu nas ruas, não sendo capturado pelos agentes. O Sistema de Segurança Interna (SSI) esclareceu na quarta-feira que, embora inicialmente se pensasse que o homem fosse de nacionalidade argelina, na verdade, Eddouh é cidadão marroquino, apesar de na altura da detenção estar na posse de um passaporte argelino.
A operação de recaptura teve lugar na manhã de quarta-feira, em Estômbar, concelho de Lagoa, no Algarve, a cerca de 300 quilómetros do local da fuga. Segundo comunicado da GNR, Eddouh foi avistado por uma cidadã que alertou as autoridades para a presença de um homem com características coincidentes com as divulgadas pela PSP. Quando foi abordado pelas forças da GNR, Eddouh ainda possuía as algemas com as quais escapara.
O Sistema de Segurança Interna divulgou que Abdelkader Eddouh era alvo de um Mandado de Captura e Detenção para Efeitos de Extradição, inserido no sistema internacional de troca de informações policiais pela Alemanha. Este mandado foi inicialmente registado em 22 de novembro de 2023 e alterado a 18 de junho de 2024, com validade até 13 de fevereiro de 2026, estando direcionado a um cidadão marroquino. No entanto, devido ao passaporte argelino encontrado em posse de Eddouh, as autoridades inicialmente confundiram a sua nacionalidade.
Ainda segundo o SSI, não há indicação de que o passaporte de Eddouh seja falso. No sistema informático consultado para verificação dos títulos de residência, utilizado pela AIMA para renovação de autorizações, não constam medidas cautelares adicionais sobre Eddouh, o que poderá ter resultado de uma troca de dados no sistema devido a um erro na inserção de nacionalidade pelas autoridades estrangeiras responsáveis pelo mandado.
Com a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, Abdelkader Eddouh aguardará em prisão preventiva enquanto se processa o pedido de extradição para a Alemanha, onde enfrentará acusações de fogo posto.