Mark Rutte reúne dois terços dos apoios para liderar a NATO

O primeiro-ministro neerlandês cessante, Mark Rutte, tem garantido o apoio de dois terços dos países membros da NATO para ser escolhido como secretário-geral da organização, segundo dois altos funcionários citados hoje pelo Politico.

“Após rondas muito intensas de discussões entre os aliados, estamos agora no ponto em que mais de 20 aliados da NATO estão preparados para apoiar o primeiro-ministro Rutte como o próximo secretário-geral”, disse um funcionário da NATO sob anonimato.

O governante, que se prepara para abandonar a chefia do Governo dos Países Baixos, assumiu em novembro o desejo de suceder ao norueguês Jens Stoltenberg na liderança da Aliança Atlântica.

Segundo as regras da NATO, o secretário-geral tem de ser decidido por consenso, o que significa que Rutte ainda tem de angariar o apoio dos restantes países.

Um dos responsáveis consultados pelo Politico, ‘media’ internacional especializado em assuntos políticos, disse que as discussões “não são definitivas”, mas acrescentou: “Há uma dinâmica crescente por trás da sua candidatura”.

O próximo líder da NATO será escolhido em julho, na cimeira da Aliança Atlântica a decorrer em Washington, a última sob a liderança de Stoltenberg, que está à frente da organização desde 2014 e cujo mandato foi renovado após a invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

A embaixadora dos Estados Unidos junto da NATO, Julianne Smith, disse na semana passada que os aliados deveriam ter como objetivo “concluir o processo de seleção provavelmente no primeiro trimestre deste ano”.

Outro alto funcionário da NATO confirmou ao Politico que vários países não endereçaram até agora o apoio a Rutte, dizendo que cerca de uma dezena ainda se recusam a votar nele.

A Turquia, por exemplo, conserva resistências ao nome do governante dos Países Baixos, exigindo que não favoreça os países da União Europeia (UE) na aliança, segundo a agência Bloomberg, enquanto a Hungria mantém divergências de longa data com Rutte devido às suas críticas ao retrocesso democrático do país.

O Politico refere que não está claro se os países bálticos apoiam Rutte, dada a sua insistência no apoio à adesão da Ucrânia à NATO, e que nomes que mostraram interesse na liderança da organização, como a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, ou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Letónia, Krisjanis Karins, não chegaram a declarar as suas candidaturas.

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