Marcelo quer evitar novo estado de emergência mas abre a porta ao recolher obrigatório
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta sexta-feira em Aljezur, no Algarve, que quer “evitar um novo estado de emergência” no país, mas abriu a porta a medidas que estão em vigor noutros países, como o recolher obrigatório, no sentido de travar a propagação do novo coronavírus.
“Se há um agravamento brutal da situação, que não desejamos, tudo o que tiver de ser decidido é decidido”. acrescentou, referindo que há graus progressivos de intervenção.
“Já experimentamos um grau muito elevado, que foi o confinamento durante o estado de emergência, mas queremos evitar isso”, dadas as consequências que isso acarreta para a vida das pessoas e para a economia, explicou Marcelo.
O Presidente da República, que falava aos jornalistas em Aljezur, referiu que existem três indicadores importantes no que toca à situação epidemiológica nacional – o aumento do número de infeções, o aumento do número de internados em unidades de cuidados intensivos (UCI) e o número de óbitos por covid-19.
“Se o número de mortes disparar para várias dezenas por dia, aí temos um problema muito grave que atravessa toda a sociedade portuguesa”, alertou.
Questionado sobre a possibilidade de serem implementadas medidas mais restritas em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Há países que têm, por exemplo, o recolher obrigatório”.
“Ninguém quer que se vá para essas fórmulas radicais, agora, para isso é preciso que as pessoas façam um grande esforço para que pequenas medidas, ou medidas mais limitadas, sejam aplicadas”, disse ainda.
Portugal registou esta sexta-feira um novo ‘recorde’ de casos de covid-19 e o maior número de mortes desde o final de Abril – 2608 casos e 21 óbitos. No total, o país contabiliza 95.902 infeções e 2149 mortes, desde o início da pandemia, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).