Novo estado de emergência? «No que depender de mim, o que for necessário será decidido», afirma Marcelo
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta sexta-feira, em Faro, que “no dia em que o número de mortos por covid-19 atingir uma dezena por dia, isso seria ultrapassar já a linha vermelha”.
“Uma coisa é certa, há uma monitorização e acompanhamento permanente e com total verdade”. A propósito do aumento crescente de infecções, Marcelo Rebelo de Sousa apelou aos portugueses para cumprirem as regras sanitárias e de higiene e “fazerem tudo o que é necessário para minimizarem os riscos”.
Quando questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de ser novamente implementado o Estado de Emergência, dado o agravamento da situação epidemiológica no país, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que “neste momento, estar a fazer especulações sobre o que se vai passar é entrar no que não é útil para os portugueses”.
“Em cada momento, as autoridades tomarão as medidas necessárias. Neste momento, foi decidido renovar a situação de contingência até meados de Outubro. O que for necessário decidir, é decidido”, acrescentou. “No que depender de mim, o que for necessário será decidido”, disse ainda o Presidente da República.
No que toca às consequências económicas provocadas pela pandemia, Marcelo referiu que a economia portuguesa vai depender do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). “Relativamente a dois terços do ano, temos naturalmente os efeitos visíveis da crise, quer de receitas e de despesas, nomeadamente, sociais”.
“O que é que isto vai dar no final do ano? Essa é a dúvida”, disse ainda Marcelo. “Olhando para o que se passou até Agosto, está em aberto um leque muito grande de hipóteses de défice do Orçamento de Estado na percentagem do PIB”, acrescentou.
“Até Agosto tivemos clara repercussão do efeito na diminuição das receitas e no aumento das despesas, quer da pandemia, quer da crise económica e social”, disse a propósito do impacto da pandemia de covid-19.
“Para mim é óbvio que tem de ser viabilizado o Orçamento de Estado. Não me passa pela cabeça que num momento em que a pandemia pode estar em números muito altos, que a crise económica e social pode estar agravada e que é fundamental recebermos o dinheiro europeu e utilizarmos bem esse dinheiro seja chumbado o Orçamento”, disse Marcelo, rejeitando assim a ideia de uma crise política.
Esta sexta-feira registaram-se mais 899 casos de infecção e mais cinco mortes por covid-19. Foi o quarto pior dia em termos de novas infecções, desde o início da pandemia.