Marcelo interrompeu (outra vez) as férias para vir ‘acudir’ o Governo… Veja a cronologia de todas a vezes que já aconteceu

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, veio visitar o Hospital Santa Maria, o maior do país, para manifestar apoio ao novo líder do partido social-democrata, Luís Montenegro, e ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) num momento particularmente difícil. A visita ocorre numa fase de grande pressão sobre o SNS, e inicialmente, foi noticiado que Marcelo interromperia as suas férias para acompanhar a situação. No entanto, o início formal do seu período de descanso está agendado para 10 de agosto.

Apesar disso, o chefe de Estado mostra-se disponível para apoiar o executivo e as instituições envolvidas, como já demonstrou noutras ocasiões, ao longo dos seus dois mandatos no cargo:

Algarve, 2023

Em agosto de 2023, Marcelo Rebelo de Sousa interrompeu as suas férias no Algarve para abordar questões políticas importantes, especificamente o pacote legislativo do Mais Habitação. Durante o período, o Presidente dedicou longas horas a analisar as reformas propostas e questionou se um governo em fase final de legislatura teria capacidade para implementar tais mudanças. Apesar das suas reservas, acabou por promulgar o pacote de reformas. Contudo, a instabilidade política culminou com a queda do Governo meses depois, em meio à Operação Influencer.

Vila Nova da Rainha, 2018

Em 2018, Marcelo Rebelo de Sousa também demonstrou o seu compromisso com a solidariedade nacional ao interromper o seu descanso para visitar Vila Nova da Rainha, após um incêndio fatal numa associação recreativa. O incidente, que causou a morte de oito pessoas, motivou uma deslocação do Presidente para expressar o seu apoio às vítimas e aos seus familiares. Na visita, Marcelo afirmou: “É um sinal de que estamos todos juntos. Nesta hora de dor, a vossa dor é a nossa dor”, enfatizando a união do país em momentos de tragédia.

Madeira, 2017

Agosto de 2017 viu o Presidente interromper as suas férias no Algarve para deslocar-se à Madeira, após a queda de uma árvore que resultou na morte de 13 pessoas. Marcelo Rebelo de Sousa viajou para o arquipélago para levar uma palavra de conforto às vítimas e suas famílias. Na mesma ocasião, o então Primeiro-Ministro, António Costa, expressou condolências e ofereceu apoio médico, mas não visitou o local.

Pedrógão Grande, 2017

Os incêndios de Pedrógão Grande em junho de 2017 foram um marco trágico na recente história de Portugal. O Presidente da República e o Governo, liderado na altura por António Costa, fizeram questão de estar no terreno. Marcelo Rebelo de Sousa visitou as áreas afetadas e demonstrou solidariedade ao abraçar o então Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes. Em agosto de 2017, dois meses após o desastre, Marcelo e Costa voltaram a visitar os locais afetados, como Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, para demonstrar a união e o compromisso do Estado com a recuperação das áreas devastadas.

Hospital de São João, 2020

O início da pandemia de COVID-19 trouxe desafios imprevistos. Em março de 2020, o Presidente Rebelo de Sousa enfrentou fricções com o Governo de António Costa sobre a gestão da crise sanitária. Marcelo afirmou que o Governo deveria ter a primazia na gestão da pandemia, embora ele estivesse pronto para acompanhar a situação de perto. Na mesma altura, o Primeiro-Ministro visitou o Centro Hospital Universitário de São João, no Porto, onde estava internado um dos primeiros casos confirmados de COVID-19. Marcelo considerou a visita, mas optou por não ir, para evitar o excesso de protagonismo.

Porto Santo, 2020

Ainda em 2020, Marcelo Rebelo de Sousa estava a passar férias no Porto Santo quando, em agosto, as notícias sobre incêndios no continente fizeram com que considerasse interromper o seu descanso. “É um período particularmente difícil. Eu estou a acompanhar e espero não ter de partir amanhã”, declarou na altura. O Presidente manteve contacto com o Ministro da Administração Interna e avaliou a situação de perto.

Paris, 2016

Um dos momentos icónicos da colaboração entre Belém e São Bento ocorreu fora de Portugal, em Paris, durante um evento com a comunidade portuguesa. Em 2016, enquanto Marcelo Rebelo de Sousa discursava, o Primeiro-Ministro António Costa aproximou-se com um guarda-chuva para proteger o Presidente da chuva. Este gesto simbólico foi interpretado como uma demonstração de cooperação institucional e solidariedade, invertendo os papéis tradicionais de proteção entre o Presidente e o Governo.

Conclusão

Marcelo Rebelo de Sousa tem repetidamente demonstrado uma disposição para interromper as suas férias e intervir em momentos críticos, seja para apoiar as vítimas de tragédias nacionais ou para lidar com questões de política urgente. A sua visita ao Hospital Santa Maria sublinha o seu compromisso contínuo com a gestão eficaz e a solidariedade em tempos de crise.

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