Marcelo fechado em cimeira devido a alerta de ataque aéreo em Kiev: “Não há razão para ter medo”
Marcelo Rebelo de Sousa e a respetiva comitiva que acompanhou o Presidente da República na visita à Ucrânia, participavam na cimeira ‘Plataforma da Crimeia’ quando soaram, por duas vezes as sirenes de alerta para ataque aéreo em Kiev. O Chefe de Estado português assegurou, no final da reunião, que não teve medo.
Devido aos protocolos de segurança, Presidente da República e comitiva foram obrigados a permanecer na sala, no piso inferior de um hotel, após o final da cimeira, segundo explicou o Presidente.
Marcelo revelou aos jornalistas que Zelensky comentou o que se estava a passar. “O Presidente Zelensky comentou comigo e com o presidente lituano os alarmes, disse que era sinal de que havia mísseis a caminho. Depois teve de se esperar algum tempo, é o que acontece, tem acontecido tudo muito bem”, comentou, assumindo que nunca tinha passado por algo assim.
“O segundo alarme foi quando terminou essa segunda fase, e houve uma interrupção para o presidente Zelensky ter uma longa conferencia de imprensa”, continuou a explicar Marcelo.
Questionado se teve medo, foi direto: “Não, as coisas são como são. É como é. Primeiro, não há razão para ter medo. Tem havido uma capacidade de resposta integral e de cobertura por parte da Ucrânia. E em segundo lugar, é mais a preocupação de segurança quanto ao local exato onde os misseis intercetados têm os seus destroços a cair”.
“É mais uma questão de prevenção e precaução genérica e não se podem abrir exceções!”, sublinhou o Presidente da República, indicando que, por exemplo, a Presidente da Hungria “está há que tempos num Bunker no seu hotel”. “Nós não ficámos porque o nosso hotel é outro, ficámos aqui a respeitar as regras”, clarificou
Marcelo antecipou ainda que amanhã deverá falar com Zelensky sobre uma eventual visita do Presidente ucraniano ao nosso País.
“Gostaríamos muito, e é uma questão que amanha será tratada, por ventura, não vale a pena estar a antecipar, no encontro e no almoço. Há vários momentos em que haverá oportunidade de falar do que Portugal tem feito e continuará a fazer, e de uma hipotética ida do Presidente Zelensky a Portugal”, afirmou.
“Sabemos que tem uma agenda especialmente ocupada. Tem uma guerra a decorrer e gosta de estar na frente de batalha”, recordou Marcelo Rebelo de Sousa.
Questionado sobre o que espera das celebrações do Dia da Independência da Ucrânia, sustentou que “a expectativa é de que Zelensky aproveite esse momento para um discurso simultaneamente de afirmação da sua linha política e de outra virada para o povo ucraniano e muito virada para o futuro”.