Manter ou vender? Em tempos de crise o que fazer com ouro em segunda mão

Quando uma nova crise económica parece bater à porta, o penhor ou a venda de joias de família pode ser uma solução simples e rápida para fazer dinheiro. E, no contexto atual, muitos consumidores precisam mesmo de encontrar alternativas, por não conseguirem pagar as suas dívidas. Antes de tomar uma decisão, saiba que cuidados deve ter para não ser prejudicado.

Penhor só em último recurso

Entregar uma peça ou joia de ouro significa que esse bem é deixado como garantia em troca de um “empréstimo”. É acordado o valor a receber e os juros a pagar, dentro de determinado prazo. Muitos dos itens, para além do seu valor “real”, têm um valor sentimental difícil de avaliar, por isso, esta pode ser uma solução para quem pretende recuperá-los. Ao liquidar o empréstimo, pode reaver a joia ou peça de ouro. Mas, se o contrato não for cumprido, perder o bem é uma inevitabilidade. Por isso, opte por esta solução só se tiver a certeza de que consegue pagar a dívida. Caso contrário, paga juros e fica sem o bem que entregou.

Venda apenas peças sem valor sentimental

As lojas de compra e venda de ouro são a hipótese a considerar para obter com urgência dinheiro e, quem sabe, cobrir as necessidades monetárias do momento. Contudo, venda a peça só se tiver a certeza de que não pretende recuperá-la. Os artigos em ouro comprados pelas lojas de compra e venda de ouro destinam-se, regra geral, a serem derretidos.

O penhor sai caro

O recurso às lojas de penhor pode ficar mais caro do que outro tipo de empréstimos, como o bancário. Compare a taxa de juro remuneratória proposta com a das nossas Escolhas Acertadas, por exemplo, do cartão de crédito. Estas taxas são fixas e podem ser consultadas em Direção-Geral das Atividades Económicas. Em 2020, a taxa de juro máxima foi fixada em 13,345 por cento. Em alternativa, peça ajuda a um familiar. Aquando da celebração do contrato, a loja de penhor pode cobrar, a título da avaliação do bem, uma taxa única, cujo valor máximo não pode ultrapassar um por cento do empréstimo.

Comparar valores de avaliação do ouro

Tenha atenção aos valores de avaliação muito baixos ou muito altos. Estes têm um impacto significativo para o consumidor, uma vez que se o bem for avaliado muito abaixo do valor de mercado, o empréstimo será inferior, pois o que será tido em consideração é o valor da avaliação. Por outro lado, se o bem for avaliado muito acima do seu valor, tal implicará o pagamento de mais juros desnecessariamente. Também uma avaliação demasiado alta põe em risco o posterior resgate do bem. Visite várias lojas e compare antes de tomar uma decisão. Consulte a calculadora da Proteste Investe e fique a saber qual o preço do ouro em euros por gramas.

Autorização, seguro e requisitos legais da loja de penhor

Verifique se a loja de penhor (prestamista) tem o título de autorização de atividade em local visível. Esta atividade é autorizada pela DGAE e a fiscalização está a cargo da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Este documento dá-lhe a garantia de que os requisitos legais são cumpridos, incluindo a existência de um seguro.

A loja também tem de afixar em lugar bem visível as taxas relativas à avaliação e ao juro remuneratório. A validade do seguro obrigatório, a cotação diária do ouro e dos restantes metais preciosos e a prova de que os instrumentos de pesagem cumprem as inspeções obrigatórias também fazem parte dos requisitos legais. Deve ainda existir um quadro das marcas dos punções legais, impresso pela Contrastaria Nacional.

Em caso de problemas, onde reclamar?

Se tiver algum problema com qualquer umas das atividades referidas (penhor ou venda e compra de ouro), pode apresentar queixa no livro de reclamações – obrigatório em todos os estabelecimentos – o qual é avaliado pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), entidade responsável pela fiscalização.

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