Mandado de captura para Putin: Ucrânia “aplaude” decisão mas Rússia diz que “não tem qualquer significado”

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, esta sexta-feira, um mandado de captura para o presidente russo Vladimir Putin pelos crimes de guerra cometidos na invasão da Ucrânia, de acordo com a informação disponibilizada no seu site oficial.

Tanto a Ucrânia como a Rússia já reagiram a esta decisão, mas os sentimentos opõem-se assim como as opiniões. Enquanto o país invadido aplaude a iniciativa, o agressor diz não a reconhecer. Anteriormente Moscovo tinha já declarado que não reconhece a jurisdição do TPI nem assume ter cometido quaisquer crimes de guerra.

Como tal, a Rússia desvalorizou esta medida, alegando que “não tem qualquer significado” para o país. “As decisões do TPI não têm qualquer significado para o nosso país, incluindo do ponto de vista legal. A Rússia não faz pare do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional e não tem quaisquer obrigações perante ele”, frisou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova.

Ao saber da indicação do tribunal, o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, escreveu numa publicação no Twitter: “Não há necessidade de explicar onde este documento deve ser utilizado”, acompanhando a frase com um símbolo de um papel higiénico.

Nas redes sociais, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, aplaudiu a decisão e defendeu que “a Justiça está a começar a funcionar”, salientando que “os criminosos internacionais serão responsabilizados pelo roubo de crianças e outros crimes internacionais”.

Face a esta ordem, também o chefe do gabinete do presidente ucraniano, Andriy Yermak, manifestou a satisfação na sua conta oficial do Twitter. “É apenas o começo”, comentou.

Os dois países envolvidos não foram os únicos a expressar a sua posição, na mesma rede social o chefe de política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell Fontelles, frisou que esta ordem “é o início do processo de responsabilização” ao acrescentar que a Comunidade Europeia “aprecia e apoia” o trabalho do TPI.

O presidente da Rússia ordenou a invasão à Ucrânia no dia 24 de fevereiro de 2022, para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, ofensiva militar que levou a União Europeia (UE) a responder com vários pacotes de sanções internacionais. Para assinalar o aniversário da guerra, os aliados ocidentais da Ucrânia anunciaram o reforço do apoio militar a Kiev.

A invasão causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.173 civis mortos e 13.620 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais, contudo diversas fontes, entre as quais a Organização das Nações Unidas (ONU), admitiram que este número deverá ser muito mais elevado.

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