Mais de metade dos portugueses culpa anterior Governo de Costa pela crise na Saúde, revela sondagem
Uma sondagem da Intercampus revela que 58,8% dos portugueses responsabilizam o anterior Governo, liderado por António Costa, pela atual crise no setor da Saúde. O estudo, realizado entre 21 e 27 de novembro para o Negócios, o Correio da Manhã e a CMTV, destaca que este entendimento é mais evidente entre as mulheres (59,4%), os jovens (64,1%) e nas regiões do Algarve (70,4%), Centro (60,3%) e Lisboa (60,2%).
Por outro lado, apenas 22,6% dos inquiridos atribuem os problemas ao atual Executivo de Luís Montenegro, enquanto 18,5% não têm opinião formada ou preferem não responder. Quando questionados sobre quem consideram o principal responsável dentro do Governo, 56% apontam para o próprio Executivo como um todo, uma opinião especialmente presente entre os mais jovens (59,3%). Em contraste, apenas 14,7% identificam a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, como a principal culpada, uma visão mais comum entre portugueses com mais de 55 anos (16,4%) e residentes na região Norte (15,3%).
A ministra é, no entanto, vista como a figura mais fragilizada do atual Governo. De acordo com o barómetro, 24,1% dos portugueses consideram-na a pior governante do Executivo. As críticas intensificaram-se após a greve dos técnicos do INEM, durante a qual 11 mortes, cujas circunstâncias ainda estão sob investigação, levantaram preocupações sobre falhas no socorro pré-hospitalar. Além disso, o plano de emergência anunciado para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em maio foi incapaz de evitar os constrangimentos sentidos nos meses de verão.
Outras figuras e instituições também são apontadas pelos inquiridos como responsáveis pela crise na Saúde. Cerca de 8,6% culpam os administradores hospitalares, 6,4% responsabilizam os sindicatos médicos e 3,8% direcionam críticas aos próprios médicos. Já 10,4% não sabem ou não respondem.
Quanto à continuidade de Ana Paula Martins no cargo, os portugueses mostram-se divididos: 40,3% defendem que a ministra deve permanecer, enquanto 37,2% acreditam que ela deveria demitir-se. Os restantes 22,5% não têm uma opinião definida, refletindo o clima de incerteza em torno da liderança no setor.