Mais de metade das empresas portuguesas considera que a “bazuca europeia” não terá impacto na atividade

Dentro do tecido empresarial português 55% das corporativas consideram que o Plano de Recuperação e Resiliência  não terá significado algum para a sua organização. Apenas 14%, admite que este programa europeu poderá ter algum significado na atividade das suas empresas.

Questionadas sobre se nos últimos três meses as empresas se candidataram a algum apoio público, 66% das inquiridas responderam que não. Desta percentagem, 44% diz que não preenche as condições de elegibilidade, 11% garantem que ainda se vão candidatar a estes programas.

Além disso, o barómetro ISCTE/CIP revela ainda que  85% das empresas destes barómetro, um acréscimo 1% face ao período anterior, já estão em pleno funcionamento.

Em maio, as vendas, face ao mesmo mês do ano anterior,  diminuíram em 46% das empresas, contra 29% onde se mantiveram e 25% onde aumentaram.

Esta quebra comercial é sobretudo sofrida pelas micro, pequenas e médias empresas.

Relativamente à previsão de vendas no próximo trimestre, 41% acredita que vendas vão diminuir face ao mesmo período de 2019, as micro empresas são as que mais nutrem uma expectativa negativa relativamente aos próximos tempos.

Em matéria de recursos humanos, como nos períodos passados, o grande indicador é a manutenção: 78% das empresas consideram que vão manter os colaboradores até ao final do terceiro trimestre, uma melhoria face aos 76% observados no período anterior.

No que toca ao investimento 31% quer aplicar, em média 50% menos dinheiro do que era investido em 2019.

Grande maioria das entrevistadas acredita que a recuperação económica só acontecerá em 2021 e 2022 (20% e 21% respetivamente).

Para Armindo Monteiro, Vice-Presidente da Confederação Empresarial Portuguesa, “a vacina ainda não chegou às empresas” e lembra que para todos os países da UE,  2021 vai ser o ano de recuperação”, pelo que tem de haver políticas públicas que o permita”.

“Esta tempestade vai passar. Algumas decisões estão a ter o seu efeito, muitas de curto prazo e emergência estão a ser essenciais para a vida das empresas. Infelizmente o Governo fez com que as empresas a lidem com a escassez de liquidez com empréstimos que por sua vez aumentam o endividamento destas organizações”, salienta Armindo Monteiro, para quem o risco de insolvência ainda é elevado.

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