Mais de metade da população mundial vive sem liberdade de expressão, aponta relatório

Há 53% da população mundial proibida de se expressar livremente, de acordo com o relatório da ONG ‘Artigo 19’, que aponta 2023 como o pior ano no que diz respeito à liberdade de expressão.

O relatório aponta que o número de pessoas que enfrentaram uma “crise” na liberdade de expressão e de informação, em 2023, foi o mais elevado deste século – em 2022, 34% da população mundial não falava livremente, um número que sobe para 53% no ano transato.

“Nos últimos 20, anos foram negados a tantas pessoas os benefícios de sociedades abertas, como a capacidade de expressar opiniões, aceder a meios de comunicação livres ou participar em eleições livres e abertas”, denuncia Quinn McKew diretor executivo da ONG, que lamenta as “mudanças políticas subtis apresentadas em nome da segurança pública, da moralidade ou da segurança nacional, mas que violam as liberdades, algo que acontece todos os dias e em todo o mundo pelas mãos de líderes políticos que vão apertando o punho até que a população não consiga respirar”.

O relatório sublinha ainda o bom exemplo o Brasil, desde que Jair Bolsonaro foi afastado do poder – deixou de estar como “restrito” no índice das liberdades, estando agora classificado como “aberto”. De acordo com a representante do Artigo 19 em solo brasileiro, o “exemplo do Brasil dá-nos esperança de que a mudança é possível. Mas é também um lembrete de que os direitos e liberdades nunca devem ser dados como garantidos”. “O trabalho para garantir, fortalecer e melhorar os direitos tem de continuar”, aponta.