Mais de 200 infetados com covid-19 na Dinamarca com mutação do vírus em visons
Foram encontradas na Dinamarca mutações do novo coronavírus relacionadas com visons (ou martas) em 214 pessoas desde junho, de acordo com um relatório agora atualizado pelo Instituto State Serum, que se dedica à prevenção e controlo de doenças infeciosas e ameaças biológicas.
O instituto diz que a estirpe mais preocupante do coronavírus só foi encontrada em 12 pessoas e em cinco explorações de martas até agora.
Esta quarta-feira, a Dinamarca anunciou planos para abater todas as martas do país – entre 15 a 17 milhões, numa tentativa de impedir a propagação da mutação do novo coronavírus.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, disse que a mutação poderia colocar em risco futuras vacinas. “É preciso abater todos os visons”, afirmou esta quarta-feira, numa conferência de imprensa.
Constatou-se que a mutação do coronavírus enfraqueceu a capacidade do corpo humano de formar anticorpos, ameaçando a eficácia das vacinas contra a covid-19 em desenvolvimento.
A líder do executivo dinamarquês disse que a situação era “muito, muito grave” e que os surtos nas explorações de martas constituem um risco para a saúde pública.
Testes laboratoriais e estudos preliminares sugerem que uma estirpe do vírus relacionado com a marta é menos sensível aos anticorpos formados por indivíduos que foram infetados, diz o instituto no seu relatório.
A Dinamarca segue o exemplo dos Países Baixos, que, em agosto, decretaram o fim da prática de criar visons para a indústria de peles, após o registo de vários focos de infeção pelo novo coronavírus em explorações dedicadas à criação dos pequenos mamíferos.
Na altura, a Organização Mundial da Saúde afirmou que estas possíveis contaminações poderiam ser os primeiros casos conhecidos de transmissão do novo coronavírus de animais para seres humanos.