Mais de 2 milhões de portugueses trabalham ao sábado

Um estudo recente divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que os chamados horários “atípicos” estão a tornar-se cada vez mais comuns em Portugal, afetando quase metade dos trabalhadores no país.

Entre 2021 e 2023, o trabalho por turnos, ao serão, ao sábado, ao domingo e especialmente à noite, cresceu de forma mais acentuada do que o próprio emprego, ganhando peso no panorama laboral português, revela o ‘Negócios’.

De acordo com os dados do INE, cerca de 48% da população empregada teve algum destes horários, com um aumento de 1,3 pontos percentuais durante o período analisado. Este aumento levanta questões sobre o impacto na saúde e na conciliação entre vida profissional e pessoal.

O trabalho ao sábado é o mais comum, abrangendo mais de dois milhões de trabalhadores, o equivalente a quatro em cada dez empregados. Além disso, o trabalho ao domingo e ao serão também afeta significativamente uma parte substancial da força de trabalho, com aproximadamente 1,2 milhões de pessoas em cada caso.

Enquanto o emprego em geral aumentou 4,3% entre 2021 e 2023, a população com cada um desses tipos de horários cresceu em proporções ainda maiores, destacando-se um aumento de 18% para quem trabalha à noite.

Jorge Barroso Dias, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho (SPMT), destaca a importância de reconhecer os impactos desses horários na saúde dos trabalhadores, e enfatiza a necessidade de garantir o direito ao descanso e a responsabilidade das empresas em respeitar esses limites, sublinhando que alterações nos horários de sono podem ter consequê     ncias sérias para a saúde física e mental dos trabalhadores.

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