Mais de 16.500 pessoas foram ao funeral de Navalny. Centenas continuam a fazer fila para homenagear opositor de Putin

O funeral de Alexei Navalny, principal opositor de Vladimir Putin que morreu na prisão, que decorreu na passada sexta-feira, contou com a participação de largos milhares de pessoas e, agora, sabe-se que foram pelo menos 16.500 as que estiveram nas cerimónias fúnebres do advogado e ativista.

O número foi avançado pela organização White Counter, tendo por base uma contagem feita das pessoas que passaram a ponte Brateevskaya entre as 15h06 e 16h30 locais, altura em que o corpo de Navalny foi levado da igreja, num lado da ponte, para o cemitério, do outro.

A White Counter assinala que podem ter sido contadas pessoas que cruzaram a referida ponte por outros motivos, mas recorda que o tráfico pedestre nesta infraestrutura é normalmente mínimo e praticamente inexistente.

A organização destaca ainda que não foi contada “parte significativa da população” que foi à cerimónia religiosa na igreja, e que depois seguiu diretamente para o metro. Também, da mesma forma, não foram contadas as pessoas que chegaram do lado oposto ao cemitério, pelo que o número real de participantes no último adeus a Navalny terá sido muito maior.

Já esta segunda-feira, uma fila com centenas de pessoas permanecia alinhada próxima do local. Os russos levam flores para deixar na campa de Navalny onde, segundo imagens, se acumula uma ‘montanha’ de homenagens que já chega a quase dois metros de altura.

Tentativas de bloqueio no funeral

De acordo com a agência ‘Reuters’, diversos desconhecidos bloquearam as tentativas de alugar um carro funerário para levar o corpo de Alexey Navalny ao funeral, de acordo com a porta-voz do antigo opositor russo, Kira Yarmysh – a responsável mencionou ameaças por telefone a fornecedores de carros funerários, o que fez com que ninguém tenha aceitado transportar o corpo de Alexei Navalny.

“É uma pena. Os motoristas do carro funerário recusam-se agora a tirar Alexei da morgue”, lamentou na rede Telegram Ivan Zhdanov, um dos colaboradores próximos do opositor político do regime russo, que morreu em 16 de fevereiro numa prisão no Ártico, aos 47 anos.

“Primeiro, não nos foi permitido contratar uma funerária para nos despedirmos de Alexei. E agora, quando o funeral deveria acontecer na igreja, os funcionários funerários informam que nenhum carro funerário levará o corpo”, indicou a sua equipa nas redes sociais, antes do derradeiro adeus.

Segundo a equipa de Navalny, os agentes funerários “receberam contactos de desconhecidos, ameaçando-os para que não levassem o corpo de Alexei para lugar nenhum”.

Desde a entrega do corpo de Alexei Navalny à mãe, há mais de uma semana, a equipa de Navalny procurava um local para uma “despedida pública”, mas foi rejeitado qualquer pedido.

Na passada quinta-feira, a sua equipa apelou aos moscovitas para comparecerem no funeral e aos seus apoiantes para se reunirem noutras cidades e no estrangeiro em homenagem à sua memória.

As cerimónias fúnebres de Navalny aconteceram duas semanas antes das eleições presidenciais na Rússia, que deverão confirmar Vladimir Putin reeleito sem oposição.

Quase 400 pessoas foram detidas nos dias seguintes à morte do opositor por terem prestado publicamente a sua homenagem, segundo a ONG especializada OVD-Info.

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